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sábado, 9 de julho de 2011

Paura

Sim, medo, aceito acima de tudo que tenho medo.
Paura do desconhecido.
Paura da solidão.

Cuidado com o que se quer viver, a gente nunca tem certeza se damos conta de tudo aquilo que desejamos.

Ganhei um colar de presente, simplesmente colocado no meu pescoço, sem nenhum olá, aperto de mão, cumprimento, no mais perfeito silêncio desordenado. Aceitei. No mesmo instante: medo! Quem um dia explicará o medo?

Especialmente, vivendo numa perfeita Babel: 3 línguas (árabe, italiano e português), 3 religiões (muçulmano, católico e umbandista sem vergonha - como me denomino, já que creio, mas sou tão pouco praticante), 3 costumes tão diferentes que não sei como encontraremos a forma de nos conhecermos, de aprendermos como trabalhar juntos.

Sentir-se estrangeira é algo diverso no coração, por um lado, estou aqui por que escolhi e é bom ser uma pessoa sem antecedentes, sem idéias prévias sobre nada, mas por outro lado cansa um tanto, nos faz mais atentas sobre todos os movimentos, os sentido são alterados. Constante estado "pantera".

Afinal, o que pátria? Aonde está nossa pátria? Quem pode dizer a qual lugar pertencemos, senão nós mesmos? 

No fundo o único lugar que podemos habitar é o nosso próprio corpo, que às vezes deixamos um outro corpo visitar, mas é o único lugar aonde o pensamento é livre, ou ao menos deveria ser.

Em casa não falamos em liberdade, mas, quando se é estrangeiro se pensa em liberdade, em livre acesso.

Os kms extras trazem saudades mesmo antes das horas extras passadas longe de sua terra. Aqui sou tão brasileira, tão mais crente, tão mais umbandista que quando estou no Brasil. 

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