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terça-feira, 23 de agosto de 2011

Vamos lá que viciou


De repente escrever tornou-se necessário, pra passar o tempo, pra passar a ansiedade, pra passar a nostalgia, a saudade, pra entender uma nova possibilidade de pesquisa, pra colocar em ordem toda a bagunça da minha vida.

Eu não me reconheço, reconhecendo-me.
Continuo a mesma rabugenta de sempre, a mesma mau humorada do café da manhã, a mesma capricorniana estranha, cheia de manias e de medos.
Dentro do tudo igual, tudo é diferente.

Fecho os olhos escuto Aziza, Aicha, Ehmoud, Amudi, Deid, Mulay, Nana, Mohamed... Sonho com o canto secreto dos árabes, com tudo aquilo que não pude entender, com tudo aquilo que não tive coragem de sentir.

Tenho mais competência com o azedume do desconhecido do que com o carinho do velho conhecido.

Dei de ter parceria com a solidão.
Dei de ter parceria com o silêncio.
Dei de ter parceria com o não entender.
Dei de ter parceria com os textos que sempre tive vergonha de mostrar pra outras pessoas.
Dei de ter parceria com os Santos, sem perder o São Paulo de vista... rs.
Dei de ter parceria com o descompromisso.
Dei de ter parceria com a utopia.
Dei de ter parceria com o teatro de novo.
Dei de ter parceria com um velho conhecido meu: o desejo!

Parecência comigo mesma.
“Cuidado com a culpa que não é sua!”. Compaixão ou piedade? Foi um amigo que me disse.

Expectativa: já não queria mais parar, já não queria mais territorializar, já não queria mais fixar, a liberdade dos acontecimentos.

Elas em Jaimas, na companhia dos seus, em situações que bem conhecem, em situações pelas quais seus pais lutam.
Em situações pelas quais muitas delas nem entendam por que, mas se fazem na guerra, mas se fazem na busca de um novo mundo.

O mundo dividido.
O mundo que todos já disseram: “O mundo é uma parabólica, estrada que dói”.

Assim seguimos separados, mas juntos, tão juntos na memória fantasia, na memória civil, acertando os pontos do relógio do fazer, redescobrindo uma nova forma e uma nova situação para fazer do teatro um elo de contato e de contágio.  

sábado, 20 de agosto de 2011

Foi assim...

Foi assim, sem choro nem vela.

Aeroporto lotado, 58 crianças, 6 educadores, um bando de gente da Associação.

Ultimo dia: dar de comer, pipi, caca, não quero falar com você, Ibrahim, Saharaui, casa. 

Você Brasil hoje?
Eu Saharaui hoje?
Não me beija, não!!

"Posso trocar de camiseta? 
  Por que Aziza?
  Quero por a Camisa do Brasil.
  ... Pode!"

O embarque: correria, descer com as malas, correr pra pegar o elevador que travou, quando chegou elas já tinham entrado, foram, assim, como sonho que se vai, foram simplesmente.
Achei que tinha sonhado com tudo isso.
Que nada tinha acontecido.

Que a fantasia que fazemos sobre as coisas é mais bela que as coisas em si.
Que a nostalgia que fica é um tempo que não é meu.
Mas que também é meu...

Um lugar especial, ninguéns-alguéns especiais.
Um lugar pra nós, porque não temos cor, não temos raça, não temos pátria, somos ninguéns esperando por outros ninguéns que andem do nosso lado e que nos dê um sorriso, quem sabe fume um cigarro com a gente, quem sabe beba um drink junto, quem sabe somente fique em silêncio em marcha na beira do mar, quem sabe...

A benção...



quarta-feira, 17 de agosto de 2011

O último dia

Eu só acredito num mundo de mudanças reais, se rompermos com as fronteiras, se acreditarmos que podemos fazer diferente, por que somos homens e habitamos o Planeta Terra.

Somos iguais.

A revolução só pode acontecer quando aceitarmos que nenhum é maior que o outro perante a natureza, que somos harmonia, que dependemos um do outro, da mosca ao homem, do micro ao macro.

A vida em refúgio, um objetivo diferente pra se viver, falo dos saharauis, dos 27 somalis que chegaram num porto qualquer do sul da Itália, que pude saber no exato momento que chegavam.


Cada mudança de tom, como o mar que mudar de cor conforme se afasta da costa.

Aonde eu estava esse tempo todo??

Uma força tremenda pra reassumir a vontade de fazer um teatro "Civil", sem medo.
Gostei da palavra Civil, que usam na Calabria, teatro político sempre me pareceu estranho. Civil parece apartidário, a favor de ideais civis, de um povo, de uma estória.

Como disse o Deid, os pequenos são nosso futuro, o futuro do nosso planeta, precisamos aprender a educá-los de forma diferente, seja fazendo filhos de bem ou seja como educadores, como atores, seja como for. FAÇAMOS!

Aqui, pude ver de verdade o que é “Associação”, pela primeira vez, o que é “cooperativismo”. A gente não pode se disfarçar, ou fazemos ou o negócio não da certo.
Ou damos as mãos, dentro de todas as dificuldades ou perdemos parceiros no caminho, e perder nunca é bom, nem pra quem ganha, é melhor andarmos juntos.

Estou na minha casa coração, estou em paz com o coração.

Aprendi a ver como é bonito os muçulmanos fazendo a pregação,  vejo o islamismo com outros olhos, o tempo pára pra eles orarem.
Vai lendo: as crianças que estavam correndo, bricando, brigando, fazendo mil coisas, de repente páram e começam, tudo pára, como é mesmo aquela lei da fisica, que não entendo, mas tudo pára? Tudo é relativo agora: a culpa, o medo, os desafios.

Escrever assim parece que foi tudo só beleza, foi duro pra caralho!!!

Mas valeu apena cada momento, cada riso, espero retornar em breve!!

E salve todos os anjos da guarda, todos os santos e filhos de santos que não me deixaram sozinha aqui, que se fizeram presente em cada mensagem, em cada socorro.

A gente nunca vai saber quem realmente cuidou de quem.

Assim termina a primeira experiência, com apresentação do "Exílius" essa noite em Reggio Emília, com um coração cheio de desejos e de novas descobertas.



domingo, 14 de agosto de 2011

Matando saudades de mim


A Italia é assim: sempre que estou aqui é como se eu descobrisse algo mais sobre mim mesma. Vai ver mato saudades de todos os que vieram antes de mim nessa terra, quem vai saber??

Trabalhar com tantas pessoas queridas, reencontrar tantos anjos da guarda no meio do caminho: Sabine Uitz, Paolo Cattaneo e Remo.
Encontrar novos parceiros lindos: Roberta (a parceira viajante do Exilius!), Giorgia, Maria, Ehmoud, Giorgio, Ester, Beth, Francesca, Federica, Caterina, Fabiana, André, Enzo, Nikola, Hilário, Zia Maria e tanta outras gentes que fazem do voluntariado a sua vida, que fazem da idéia de Cooperativas uma realidade, que entendem que arte e ciências sociais podem casar perfeitamente.

Nem precisa vir aqui pra relembrar que o Paolo é um dos culpados pelo Exilius existir, mas é bom lembrar, suas fotos, sua arte, despertou em mim o desejo de fazer essa pesquisa.

O Centro Polesano, na Badia Polesine-Padova, é mais que um centro de documentação, é um centro de denúncia de todas as formas de abusos do poder do homem no mundo, lá se encontram milhares de livros sobre o tema, lá se encontra o Festival Del Popoli, que trata com propriedade e liberdade artística de temas, que merecem serem mexidos, mas que muitos têm medo de fazer, por que não parecem contemporâneo, mas são!! O tema do festival esse ano foi a Quimica da Palavra: “A paz armada”, por exemplo. Além da seriedade do trabalho desse centro, ele mantém uma receptividade inigualável, recebe as pessoas com um carisma inacreditável, nos fazem sentir-se em casa.

O Via Rosse Teatro, Vighizzolo D'Este-Padova é sempre um presente, um lugar de refúgio, aonde eu posso organizar, pesquisar e tornar cena todas as experiências vividas aqui e ali. No meio de um campo, repleto de verde e de muito vinho, tudo vai sendo criado, recriado. “ A novidade que tem no brejo da cruz...”

A Associação Jaima Saharawi de Reggio Emilia, tem a coragem e um pouco de cara de pau, trazer pra Italia e sustentar essa ideia por tanto tempo 40 crianças saharauis que precisam tudo, inclusive o básico: assistência medica e odontológica. As viagens e as aulas que elas fazem aqui vêm de vale-brinde, pra elas tirarem umas férias do deserto, que nesse período do ano o calor chega a 50 graus. Essa associação vive de voluntariado e de um trabalho árduo durante todo o ano.

Conheci o Grupo Utopia, um Centro de Cooperativas na Caulonia-Calábria, que trabalha com a ideia de uma economia sustentável (web, reciclagem, artes, plantações e turismo responsável), uma nova forma de ver o consumo (que eu ainda preciso de alguns anos pra conseguir me inserir), um centro de resistência e refugio a tantos que chegam de lugares distantes, num porto qualquer perdido no Sul da Italia, um centro de resistência e denúncia da Mafia.

Claro, tudo sempre mais bonito quando se vive o ano todo, mas despertar pra uma nova forma de pensar a arte é uma responsabilidade grande no desejo de mudança, de uma nova forma de fazer, mais limpa, mais parceira, mais sem medo que tudo pode dar errado, mas que também tudo pode dar muito certo!

Quanto ao povo Saharaui... esse vale uma vida pra descrever o que eles nos ensinam.

Exillius na Caulonia


Os números do mundo


2,8 milhões de pessoas vivem com menos de 2 dollares ao dia, sendo que 1,2 milhões vivem com menos de 1 dóllar ao dia.
Todo dia 30 mil crianças morrem de doenças que poderiam ser previnidas.

Crianças em idade escolar que não vão a escola, cerca de 113 milhões, sendo que 60% dessas crianças que não vão a escola são meninAs.
Na Nigeria, a taxa de alfabetismo é de 15, 3% , Bukina Faso é de 23%, Etiopia é de 37,4% e assim vai...

Enquanto isso os homens que foram considerados os mais ricos: Bill Gates, Lawrence Elleison e Warren Buffet, recebiam ao ano, o equivalente ao Produto Interno Bruto dos 48 países mais pobres do mundo.

Os números da malária, da gripe, da Aids, do câncer, da desnutrição, da obesidade, da violência doméstica, da mafia, das guerras civis, das guerras religiosas, de tudo isso, eu não sei. Você sabe? Nós queremos saber?

É a globalização minha gente....
Somos iguais perante a Deus, não é isso?
Somos iguais em quê?
Somos iguais a quê?


Tudo sempre pode acontecer...


Tudo sempre pode acontecer, inclusive você tocar um dedo na felicidade.

Calábria, Caulonia, que belo lugar pra conhecer belos artistas e viver a experiência de ouvir Janis Joplin, subindo a colina com um bando de cinquentão recordando um tempo que não conheci e nem vivi. De repente, eu era a mascote do grupo.

Primeira noite que participei do Festival, teve a apresentação do espetáculo da Caterina, “Rosas do Deserto”, sobre as mulheres saharauis, com algumas projeções do Campo de Refugio e da Marcha Verde. Pronto, lembrei o que eu estava fazendo aqui, nem preciso dizer que comecei a chorar.

Segundo dia era dia de fazer “Exílius”, mas era tbém dia de um importante matrimonio aqui, toda a cidade estava empenhada de andar ao matrimonio, apresentei para 15 pessoas, sendo que 7 eram do festival, ao mesmo tempo uma sensação de vazio, mas desse total, 5 pessoas saíram do teatro realmente tocadas, emocionada, o que já mudou o meu ponto de vista.
Claro, na companhia de Fabiana, André, Enzo, Nikola, Roberta e Caterina, depois do espetáculo é a hora da bebedeira. Comemos e bebemos, falamos de tudo um pouco, filosofamos sobre a função da arte, sobre a função da vida, sobre Janis Joplin, sobre viver longe do seu país, sobre o brasil, sobre religião e sobre tudo o que vinha a mente. Eu realmente me sentia em casa, livre de preocupações.

Terceiro dia, espetáculo da Fabiana e do André e encerramento do festival aqui, claro depois do espetáculo, bebedeira, depois do espetáculo falar um monte, sentar numa mesa fora, servida na janela de uma casa, uma pasta deliciosa.

De repente, eu estava no mar, nadando no Mar Jonico, bebendo uma cerveja, comendo um risoto de funghi, esquecendo um pouco de tudo o que havia acontecido até agora, não sabia se sonhava agora ou se sonhava antes...

Quarto dia, folga total, mas incrivel, de repente uma insonia sem fim, acordei torta, acordei virada, acordei sei lá o que...
Roberta e eu saímos pra ir a praia, recebemos uma ligação ruim. Lembrei pela segunda vez o que faço aqui, amanhã retorno pra ficar com as crianças, vontade de correr, de gritar, de berrar, de sei lá o que... raiva profunda... É hora de voltar.

Ok, não posso voltar, não tem vaga nos trem antes, continuo na praia, o dia todo, sem sair, numa união perfeita entre o mar, a areia e a companhia da Roberta.

Ficamos sentadas olhando o mar por 6hs, o ciclo da maré.

O sol se pondo, a lua subindo.
Eu aqui, os meninos no sul, os amores em outro continente, uma sensação maluca de liberdade, de voltar a ser criança, começamos a fazer mil fotos, éramos as melhores amigas de anos, fotos, estrelas cadentes, risos, jantar na beira do mar, vinho, de onde eu vim mesmo? Cabeça vaga, vixi, cabeça com muito vinho.

Cantar e cantar...

Começar a falar tudo de novo, a viagem ao campo, a beleza de não ganhar dinheiro, mas conhecer o mundo, vontade de comer chocolate, regredidas, utopias de um novo mundo, o Campo virou algo real, as pessoas se tornaram reais, o que antes era literatura, agora é gente de verdade, gente de força e de raça. Gente que tem coragem de andar, sem nada, no calor de 50 graus....

Dividida entre o desejo, a liberdade, o medo, a ansia e a revolta.
Dividida entre o lado de lá e o lado de cá.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

No trem...


Ok, pra chegar a Calabria há tempo de fazer o espetáculo não haviam mais postos sentados, compramos assim mesmo, sem nos dar conta de que seriam 16hs nesse trem.

Entramos, num vagão errado, na Bologna nos mandam sair, me perco da Roby com todas as suas coisas, sem celular pra ligar, um frio desgraçado na barriga, medo infantil de ficar sozinha sem todas as minhas coisas, sem passaporte.

Olha, uma calça rosa passa, é ela, grito, pulo no trem, quase em movimento.
Arrumamos um lugarzinho no chão, deitamos pra dormir, repousar ao menos, se é que é possível, olho na minha frente um casal de Punks, bêbados com uma garrafa de cerveja na mão, com um cão sentado numa poltrona... ok, respira fundo e começa a rir, afinal quem mandou pesquisar o tema do exilio, da clandestinidade, vai viver pra ver.

Depois de umas 3 hs, esse mesmo casal saí com o cão, obaaaa, roubamos a vaga.

Éramos 6 pessoas na cabine, mas sempre cabe mais um.
De repente a vida privada se torna publica, ajeita de um lado, ajeita do outro, um casal de namorados na minha frente, decidimos todos deitar de colherinha, pra caber todos na vertical.
Sol raiando, abro os olhos bêbada de sono, É O MAR, um mar lindo, como ainda não tinha visto aqui, o sol sobre o mar numa união perfeita, é incrível.

Isso é Road Movie! Medita, respira, um ronca, outro não fecha os olhos, minha vida na cabeça, as pessoas que já foram, as pessoas que estão chegando, eu aqui, eu em qualquer lugar, cabeça no Campo de Refugiados, desgraça de ideia essa... Eles voltam, nós partimos, nós diferentes, nós em algum lugar. Tanto nó na cabeça, vontade de cortar o cabelo agora, raspar o cabelo. Mudar tudo.

De repente fome, um abre um biscoito, o outro traz a água, o lanche compartilhado.
Uma sede que não passa, pé inchado, outros rostos entram e saem, e a gente continua aqui.

Alguém pergunta: - O que faz uma brasileira na Calabria? - Um espetáculo sobre o Saharaui.

Risos. Muitos risos. É a globalização minha gente, é cosí.
Passaram 14hs, xixi q vem, xixi q vai...
Trem pior do que eu pegava pra trampar em Pirituba.
Eu aqui..

Uma mensagem, um pensamento, vontade de ligar pra alguém e conversar em português.

Vira de um lado, todos devem virar junto.
Olho para o vizinho, o cabelo que vai deixando o gel escorrer.
O desodorante que vai vencendo, o calor aumentando, a ansiedade aumentando.
A imaginação rolando solta.
Balões azuis, vermelhos, verdes, amarelos.
É o sono, o Ney cantando pra mim.
A paisagem a paisana.
Casas antigas, velhas, muito velhas.
Taranto, Cutro.
De um lado montanha, do outro o mar.

Oxossi do arco e flecha...
É rainha do mar.

Pensar sem parar pra escrever pra ninguém, quem gostaria de ler historias de ninguéns?

Eu tomaria uma Coca agora.
Mas, uma Coca Zero.
Mas, bem que podia ser uma agua de coco.

La fora o mar me olha, um degradê um incrível, que vai se azulando, virando oceano.
O Sol é implacável na minha cara.
A Africa tão perto de mim, vontade de sair nadando, bater a mão do outro lado.

Vontade de nunca mais voltar pra mim.
Vontade de colocar os pés pra cima.
Pensar sem parar pra escrever pra ninguém, quem gostaria de ler historias de ninguéns?

Começo a não entender mais ninguém, percebo que as pessoas mudaram, novo dialeto, cabeça zonza de sono. Penso nas crianças, na forças dos pequenos, na leveza que têm e na possibilidade de deixar tudo ir embora, passa 5 min e já se desapegam de tudo.

Cutro.

Vento balançando as plantas, coceira no corpo.

Despedir-se é morrer um pouquinho, mas só um pouquinho, foi o Galeno que me disse isso.

Mohamed me liga: HAAALUH, EEERIKA??
Giorgia choraminga no telefone.
Ehmoudi diz adeus com vontade de ficar.
Aonde estará a primeira Aziza?
O que acontecerá de Aicha?
Aonde estará aquela Erika?

Parados em Cutro.

Cabeça chegou no campo, cabeça chegou num abraço que se precisa dar um dia.
Cabeça não me deixa em paz.

“E do amor criou-se o escandalo, do medo criou-se do tragico, do rosto pintou-se o palido.
E não rolou uma lágrima, nem uma lastima pra socorrer.... E a gente tem o habito de caminhar entre as trevas, de murmura entre as pedras, de ver o tempo correr...”

E assim seguimos, o tempo seguindo a ansia de chegar, na janelona do trem. O mar é imenso. O vião é pequenim, eu sou pequenim no meio das montanhas que agora me abraçam.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Festival di Teatro Civile

"Exílius" no Festival di Teatro Civile, giorno 11 di Agosto, alle 21:30 - Palazzo Del Fermento, Via Vallone, 54, Caulonia.

A hora das despedidas....

Porque é difícil pra mim e pra eles, mas vale apena....
Cada lágrima, cada riso, cada momento, cada instante, cada abraço, cada grito, cada não dito, cada cada cada cada.
Cada medo, cada não saber o que fazer, cada não entendimento, cada dança, cada qualquer coisa que nossos olhos viam juntos, cada ingenuidade compartilhada...

Ao Senhor das Delicadezas, um pedido por um novo mundo....






Tanto tempo sem escrever...

Primeiro sem conexão, net lenta.
Segundo em trabalho intenso no Via Rosse Teatro com a Sabine Uitz e uma galera muito legal de brasileiros afim de descobrir um milhão de coisas sobre a voz.
Terceiro estava perdida em mim mesma, em pensamentos milhares...
Tomada por uma preguiça de tudo....
Aquela insegurança que bate quando o cansaço toma conta.

Eu estou com a Kelly Jardim, a favor do Deus da Delicadeza, tanto tempo esquecido em algum lugar.
Aquela delicadeza que tantas vezes eu me esqueço, mas tantas vezes eu desejo.

"Ei nóis, que viemos de outras terras, outro mar..."


quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Hoje tem Exilius

Tem sim senhor!!
Hoje apresentação no Via Rosse Teatro, às 21h.
Depois do espetáculo todos poderão degustar um bom vinho, apreciar a exposição fotográfica do Paolo Cattaneo e escutar um som com a gente.