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domingo, 17 de julho de 2011

Coisas que acontecem a distância

Tenho uma aula incrível com os Saharauis de democracia, de amor e respeito ao próximo, que nunca havia visto!! Quando não se tem nada, tudo é criativo e tudo se refaz.

A experiencia é inexplicável.

Estou na mesma casa que o Deid, um militar da Frente Polisário e educador aqui. Ele é carinhoso com as crianças ao mesmo tempo que sabe colocar limites sem dar um grito, uma serenidade incrivel!! Eles não bebem nada alcoolico e nem fumam, somente chá, o tempo todo.

Deid me explicou: "Depois da invasão Marroquina, toda sua família fugiu para a Argélia, que deu pra eles um território, vizinho a Tindoulf, para que pudessem se abrigar. Construíram dentro do Exílio, mesmo que nas tendas, todas as cidades importantes que haviam em seu país, agora um território ocupado pelo Marrocos: El Aiun, 27 Febrero, Auserd, Smara, Dasla, uma forma de manterem sua nacionalidade mesmo que no exílio."

O muro, completamente minado impede que eles retornem à sua terra natal. A cada 2 km do muro existe uma guarita militar marroquina fortemente armada. 

Tudo isso por que em Buskraa, existe uma grande reserva de fosfato.
 


Marroquinos e os Saharauis na Itália:
Reggio Emilia: fizémos um pic nic no parque e enquanto o Lucha fazia um chá, um homem bêbado, com um vinho na mão se aproximou e começou  a insultá-lo,com gestos brutos, como se tivesse uma arma na mão, nós tivemos que pegar as coisas e sair. 

Viagem  à Bologna: seguimos para uma recepção do governo com as crianças, eu era responsável por levar 3 meninos comigo de 7 e 8 anos, entramos no trem e junto entraram 2 homens, marroquinos e começaram a falar coisas em árabe pros meninos, algo como eu cuspo em vcs, precisei mudar do vagão com as crianças. Nessa hora, os olhinhos do Edmud era tão singelo e ao mesmo tempo tão tenso que eu quase tive um treco, vontade de meter a mão no cara, mas uma coisa os adultos saharauis me ensinam, serenidade para resolver, não podemos fazer nada aqui, somos o que somos.

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