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sábado, 20 de agosto de 2011

Foi assim...

Foi assim, sem choro nem vela.

Aeroporto lotado, 58 crianças, 6 educadores, um bando de gente da Associação.

Ultimo dia: dar de comer, pipi, caca, não quero falar com você, Ibrahim, Saharaui, casa. 

Você Brasil hoje?
Eu Saharaui hoje?
Não me beija, não!!

"Posso trocar de camiseta? 
  Por que Aziza?
  Quero por a Camisa do Brasil.
  ... Pode!"

O embarque: correria, descer com as malas, correr pra pegar o elevador que travou, quando chegou elas já tinham entrado, foram, assim, como sonho que se vai, foram simplesmente.
Achei que tinha sonhado com tudo isso.
Que nada tinha acontecido.

Que a fantasia que fazemos sobre as coisas é mais bela que as coisas em si.
Que a nostalgia que fica é um tempo que não é meu.
Mas que também é meu...

Um lugar especial, ninguéns-alguéns especiais.
Um lugar pra nós, porque não temos cor, não temos raça, não temos pátria, somos ninguéns esperando por outros ninguéns que andem do nosso lado e que nos dê um sorriso, quem sabe fume um cigarro com a gente, quem sabe beba um drink junto, quem sabe somente fique em silêncio em marcha na beira do mar, quem sabe...

A benção...



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