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domingo, 8 de julho de 2012

Exilada em si mesma

De repente, ela deixou de se reconhecer...
De repente, ela deixou de se reconhecer...
Transbordar já não bastava mais.
Mas, ela não aprendeu a falar sobre, sempre esbarra nas palavras, nas ações, ela pode até pensar certo, mas não a ensinaram a agir certo. 

Dentro do peito uma dor não reconhecida. 
Disseram que ela tinha crise capital, ela se viu dentro do sistema e sem chance de mudar ou refazer as relações já estabelecidas na sociedade do consumo e do poder: É preciso ter poder para ser... Um poder que pra ser, precisa oprimir o outro, condenar alguém, encontrar um culpado para tudo o que está errado.
E hoje, parece que tudo está errado.

Acordou azeda, desencontrada, sem brilho, buscando nos outros um alivio que nunca vem, que não chega, por que o problema não está no outro, está em si, está no todo.

Pânico de gente, você já teve pânico de gente? E pânico de si mesma, de tudo o que não consegue e não conseguiu fazer?
O mundo acabando, Rio + 20 que se foi, nada muda, as coisas não mudam nem no pequeno, as cobranças continuam as mesmas, as dores as mesma, a guerra não declarada contra alguém.
Alguém precisa ser punido pela cobrança que outro alguém recebe, transfiro a dor...

Na linha de frente das batalhas invisíveis.
Na batalha contra o próprio medo.
Na batalha de dores desconhecidas, de repente se arrepende de tudo, de todas as falsas ações feitas até hoje.

Ela perdeu seu maior receptor, ela não soube lidar com o vazio.
Ela não soube lidar com a fantasia do desconhecido.
Ela tentou fugir de diversas formas, ela errou a maior parte do tempo, não conseguiu se colocar.
Buscou novas formas, essas formas não preencheram o vazio.

Hoje, ela vai chorar....

“chora sem dar por isso”

Ela vai escrever um texto, mesmo que breve, até o retorno da viagem, todos os dias, compromisso com a causa assumida.
Ela está com medo, mas não quer ser tomada por ele, pelo menos não agora, não de novo.

Entre fatos reais e imaginação, ela segue escrevendo.
Leva “Jorge” no peito, pra ver se espanta a dor que não passa.

Todo mundo corre, tudo corre, tudo apavora, ela se apavora.

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