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terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Já que não sou original parte 1:

Hoje, amanheci afônica, passei o dia em casa, entre pensamentos e desejos, entre projetos e realizações, cheia de front(eiras), permeando o desejo, o inconsciente e o plano prático de ações, de promessas de aprendizagens e ensinos em 2011.

Ao pensar em Exílius, o que mais me persegue é:
Como confinar um povo nômade por natureza em um território murado, privado?
Como estabelecer essas linhas continuas, muradas? Linhas divisórias, que não são fronteiras, por que não permitem o acesso, não fazem troca, não acrescentam, apenas separam e reafirmam a diferença, como pior, como inapropriada.
Já que não sou original, e investigar, é encontrar outros que inspiram e semeiam mudanças dentro da gente, copio abaixo, o MANIFESTO (DA ESCOLA NÔMADE):

"O pensamento nômade não tem referência, nem modelo, nem sujeito, tampouco identidade: pensamento da afirmação imediata da diferença enquanto diferença; do sim às multiplicidades que não apenas se dizem como qualidades expressivas, mas que se fabricam como substâncias produtivas; e do gozo alegre implicado na experimentação do diverso enquanto estofo de uma natureza naturante do próprio diverso.

Sendo nômade, esse pensamento não remete a raízes sedentárias: seja através de uma recognição original, memória formal da origem, como sujeito fundante; seja ao modo de uma intencionalidade final, como projeto totalizador ou objeto acabado ideal ou material.

Por tudo isso também, esse movimento de pensamento tem por efeito necessário uma desconstrução crítica de todo pensamento ocidental, e oriental inclusive, nos seus aspectos de transcendência.

Nesse sentido não promove separações ou cortes formais disciplinares, nem uma suposta religação transdisciplinar. Mas opera com dimensões, intensidades e limiares do pensamento: provoca uma nova visão dos cortes e das continuidades, que desta vez emergem por devires intensivos;

Cultiva a experimentação intensiva da vida na Terra, que se passa em um meio comum de imanência. Investe um Plano único de natureza, povoado por forças inauditas constitutivas de espaços-tempos simultaneamente singulares e plurais, que inventam linhas de eternidade e que também se produzem necessariamente através de nossos modos de existir. Portanto, é toda uma nova política do desejo e da vida na Terra que é investida, uma nova governabilidade de si e da Terra, pela Terra. "
http://escolanomade.org/

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