tag:blogger.com,1999:blog-24110708109164587392024-03-05T22:50:23.157-08:00Projeto ExíliusPensamentos e afins.
"Front(eiras): dramaturgia entre a realidade e a ficção" e "Projeto Exílius" num só lugar.
Diário on-line da pesquisa de Erika Cunha (Pesquisadora e Atriz do Grupo Matula Teatro).Projeto Exiliushttp://www.blogger.com/profile/14355296495096595314noreply@blogger.comBlogger110125tag:blogger.com,1999:blog-2411070810916458739.post-52784116359068452642014-02-10T08:28:00.001-08:002023-05-25T09:07:05.820-07:00Radioiodoterapia<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Faz tempo que não passo por aqui e isso tem um porquê.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Estou em isolamento desde quinta-feira,
dia 6 de fevereiro. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Piadinha do destino: pra
entender melhor o exílio, nada melhor que se exilar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Pois bem, explico-me: tive câncer
de tireoide. Um câncer raro/estranho, mas com chances altas de cura, ou seja, somente um
divertimento do senhor do tempo sobre o meu corpo. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Procedimento: cirurgia para
remoção total da tireoide e tratamento com radioiodoterapia.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">O grande detalhe disso tudo
é que radioiodoterapia = isolamento. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Isso mesmo, de 1 a 3 dias em
isolamento hospitalar até a radiação diminuir pr'um nível seguro e 7 dias de
isolamento domiciliar. Total: cerca de 8 a 10 dias sem toque físico (de ninguém,
inclui animais) sem poder se aproximar de ninguém, mantendo 1 mt de distância
de qualquer pessoa e não permanecer mais que 1h/dia perto de alguém, mesmo
mantendo distância. Quem me conhece sabe o quanto isso pode ser muito difícil.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Sim, eu me tornei uma
mutante, radioativa (claro, dramatizei, exagerei, mas juro
que hoje é assim que me sinto!). <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Até ontem a noite, eu tive muito enjoo e não
pude pedir ajuda, sem abraço. </span><br />
<span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Dores no rosto e no pescoço. Saliva que desapareceu, limão pra chupar, tão
gostoso....<o:p></o:p></span><br />
<span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span>
<span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Sim, houverem encontros importantes e potentes por telefone, por mensagens, por skype, mensagens carinhosas e animadoras, oásis para esse momento.</span><br />
<span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Fiquei exilada dentro de
minha própria casa.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Tenho que me olhar 24h/dia, que
pessoinha estranha eu sou!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Sim, eu continuo dramatizando
e você pode estar pensando: o que é isso menina, são só 10 dias de tratamento,
tem outros tipos de câncer muito piores. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Eu te digo: você tem razão. Eu
mesma conheço pelo menos 5 pessoas que passaram por coisas
piores, sobreviveram e estão por aí lindas. Mas, eu nunca estive. Pra mim tudo é novo, tudo é realidade, mas tudo também é ficção. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">A adaptação a um hormônio não
produzido por mim...</span><br />
<span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Essa noite foi mais
tranquila.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Estou sem enjoos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Aproveitei para rever o meu
doutorado e o Projeto Exilius.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Mas isso aqui é novo, no
deserto, eu podia pedir ‘um cigarro companheiro’, podia pedir um aperto de mão,
trocar meia dúzia de palavras com quem estava comigo, podia brincar com o Ahmad.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Aqui é tão conhecido, é a minha
casa, tão próximo de tudo. Mas, eu não posso ter ninguém por perto e isso
realmente é novo. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Pensei no Coelho Branco, Coelho Vermelho. O autor é exilado em seu próprio país, não pode sair de lá e por enquanto é tudo que eu sei, talvez até saiba errado...<o:p></o:p></span><br />
<span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Encontrei algo que escrevi
no deserto q que faz todo sentido aqui, foi escrito no dia 06/09/2012 - nos acampamentos de refugiados saharauis, no deserto do Saara:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<br /></div>
<div style="line-height: 150%; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<i><span face="Arial, sans-serif">Amigo, eu tô dividindo com você somente esse pedaço de pão. Só
isso. É só você me perguntar o que eu realmente quero que não será nada difícil
para você compreender: QUE EU ESTOU AQUI PEDINDO SÓ PRA VOCÊ CONVERSAR COMIGO.
É que tantos dias se passaram que você quase se esqueceu de mim. Mas, eu não
esqueci de você. Eu não esqueci de você enquanto caminhava dia e noite sem
parar até cruzar a fronteira, até encontrar com outros de mim. Até que uma
barreira se ergueu entre nós, até que não pude mais te olhar, até que seus
olhos se foram se apagaram da minha memória. Mas, agora depois de tanto tempo
você está aqui e eu não sei mais como se abraça você. Esquecemos como fazer
isso. Eu to cheia de protocolos, de barreiras de segurança, é que assim não
corremos os riscos dentro de nossas pequenas próprias fronteiras-pele.
Desculpa, eu to vomitando palavras em você. Eu sei.<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Hoje, eu comecei a achar
graça nisso e acreditar que tem tudo a ver com o Projeto Exilius, por isso
decidi escrever, relatar a minha experiência, um diário, como fiz com o
deserto, quem sabe, se der coragem eu publico por aqui.<o:p></o:p></span><br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 12pt; line-height: 115%;">Por enquanto, eu indico um
blog bem legal (e mais animador que esse aqui) para quem quiser conhecer mais sobre esse tipo de câncer e
passar a informação pra quem precisar um dia (espero que não precise!):<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span face=""Arial","sans-serif"" style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><a href="http://aos27.wordpress.com/">http://aos27.wordpress.com/</a><o:p></o:p></span><br />
<br />
<span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 16px; line-height: 18.4px;">Ah, hoje o Wolverine passou aqui em casa, tomou café comigo, um cara bem simpático ele, viu?? Foi a Verônica que indicou o caminho... Tava perdido pela rua da fazenda, coitado, sem usar celular ficou difícil dele achar o caminho daqui de casa.</span><br />
<span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 16px; line-height: 18.4px;">E esse mundo segue completamente nonsense.</span><br />
<span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 16px; line-height: 18.4px;"><br /></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-4_nwvSpvdjs/UvkMTWKBC8I/AAAAAAAAAgw/rrE0Lhaqx2w/s1600/unnamed.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://4.bp.blogspot.com/-4_nwvSpvdjs/UvkMTWKBC8I/AAAAAAAAAgw/rrE0Lhaqx2w/s1600/unnamed.jpg" /></a></div>
<span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 16px; line-height: 18.4px;"><br /></span>
</div>
</div>
Projeto Exiliushttp://www.blogger.com/profile/14355296495096595314noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-2411070810916458739.post-45110765991823388512013-04-10T13:52:00.001-07:002013-04-10T13:52:46.336-07:00Carta Capital<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
“Em pleno século XXI, o Marrocos protagoniza uma guerra imperialista, obrigando o exílio dos saharauis no auge da globalização”, diz Lagdaf.
<br />
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Saiu uma matéria sobre os saharauis na Carta Capital, autoria de Amanda Cotrim:<br />
<br />
<a href="http://www.cartacapital.com.br/internacional/a-ultima-colonia-africana/">http://www.cartacapital.com.br/internacional/a-ultima-colonia-africana/</a></div>
Projeto Exiliushttp://www.blogger.com/profile/14355296495096595314noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2411070810916458739.post-14469832151413989702013-02-26T08:14:00.000-08:002013-02-26T08:25:38.597-08:00<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
O Brasil é um país emergente, um país importante para nós, povos do terceiro mundo, que conheceu a realidade de ser um terceiro mundo. </div>
<div style="text-align: justify;">
(um País) Que tem a sua história, que viveu o que nós vivemos: a colonização e, que sabe o que significa uma colonização. É importante ter (o reconhecimento) um país dessa dimensão, desse alcance e, sobretudo, com a representação que possui o Brasil (internacionalmente). </div>
<div style="text-align: justify;">
O Brasil não é qualquer país. É um país que deve ser um defensor da Paz Mundial e será justo, por exemplo, que o Brasil seja Membro Permanente do Conselho de Segurança (ONU), por sua dimensão, por aspiração própria e por sua história. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Karim Lagdaf, saharaui, representante da Frente Polisario no Brasil, pelo reconhecimento e apoio.
</b></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtMUUCV071LWsIfwmPV4htBPCrL8hcgS8MEATEsaGU_fbROyGkhKSn6x5J6wVPJeJqR_v5HMaa0QuzLkDdAxxzTNlS4mUGx2zgczYwBbU2JxPqZSm5il__bsAN30DK6gbOhv8aSjEaShPX/s1600/IMG_1688.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtMUUCV071LWsIfwmPV4htBPCrL8hcgS8MEATEsaGU_fbROyGkhKSn6x5J6wVPJeJqR_v5HMaa0QuzLkDdAxxzTNlS4mUGx2zgczYwBbU2JxPqZSm5il__bsAN30DK6gbOhv8aSjEaShPX/s320/IMG_1688.JPG" width="240" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
Projeto Exiliushttp://www.blogger.com/profile/14355296495096595314noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2411070810916458739.post-26564619012546308182013-01-27T06:54:00.000-08:002013-01-27T06:54:22.447-08:00evacuação de cooperantes dos acampamentos de refugiados de Tindouf organizada pela Frente Polisario e pelo Governo Argelino<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
Segundo o blog: http://aapsocidental.blogspot.com.br </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A Coordenadora Estatal de Associações Solidárias com o Sahara refere que trata-se de salvaguardar a segurança dos cooperantes.
Em relação à evacuação de cooperantes dos acampamentos de refugiados de Tindouf organizada pela Frente Polisario e pelo Governo argelino, a CEAS-Sáhara quer precisar ante a opinião pública e os meios de comunicação o seguinte: </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
1- A medida tem caráter preventivo ante o incremento da tensão na zona, como consequência das ações de guerra levadas a cabo no Mali, e para evitar tragédias como a produzida a passada semana nas instalações de gás de In Amenas, junto à fronteira argelina com a Líbia. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
2- A repatriação dos cooperantes não foi total e absoluta já que se optou por manter a cooperação essencial e prescindir temporariamente da ajuda necessária mas não considerada imprescindível nestas circunstâncias. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
3- Esta decisão, destinada a proteger a segurança dos cooperantes e a prevenir possíveis riscos potenciais ante a proximidade de um cenário de guerra, não é em absoluto comparável à que adotou num momento recente, e com carácter autónomo, o Governo espanhol. A conjuntura atual é claramente diferente, pela sua maior perigosidade, e a decisão afeta os cooperantes de todas as nacionalidades e não é uma ação improvisada e unilateral como a que caracterizou a forçada retirada dos cooperantes espanhóis. Acontecimento, então, que provocou a desestabilização e a confusão, favorecendo as posturas do Reino de Marrocos, justamente o contrário do que se procura agora. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
4- A resolução adotada não implica pôr em questão a necessidade nem o valor de uma cooperação que a população saharaui necessita para a sua própria subsistência mas dar prioridade, em primeiro lugar, à segurança dos cooperantes e a prevenir a situação potencial de risco. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
5- A existência dos acampamentos de refugiados, objeto da atenção solidária da cooperação, é uma consequência da falta de decisão política da comunidade internacional que continua a adiar, já por um período de trinta e oito anos, a autodeterminação da sociedade saharaui como etapa imprescindível para a descolonização do seu país. Situação de que é cúmplice o Estado espanhol ao não assumir o seu papel legal como potência administrante, de jure, do território. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Daí que reiteremos a necessidade de que a comunidade internacional proteja os direitos dos e das saharauis e possibilite que expressem democraticamente a sua decisão livre e soberana. E que se impeça o abuso judicial que se comete com os presos de Gdeim Izik, mais de dois anos submetidos a prisão preventiva, e quem se procura agora criminalizar pela sua defesa dos direitos do povo saharaui, reconhecidos legalmente pela ONU e ignorados pela ocupação militar de Marrocos, com um julgamento em Tribunal Militar no próximo dia 1º de fevereiro.
</div>
</div>
Projeto Exiliushttp://www.blogger.com/profile/14355296495096595314noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2411070810916458739.post-19281308200055750042013-01-11T10:30:00.001-08:002013-01-11T10:30:35.334-08:00Para quem ainda não conhece<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<object width="320" height="266" class="BLOGGER-picasa-video" classid="clsid:D27CDB6E-AE6D-11cf-96B8-444553540000" codebase="http://download.macromedia.com/pub/shockwave/cabs/flash/swflash.cab#version=6,0,40,0" data-thumbnail-src="https://lh4.googleusercontent.com/-ETPphrR7yfs/UPBY0wp4IPI/AAAAAAAAAWI/pF6NhoEzgRA/s1600/CONFLICTO%2BSAHARA%2BOCCIDENTAL.mp4"><param name="movie" value="http://video.google.com/googleplayer.swf?videoUrl=http%3A%2F%2Fredirector.googlevideo.com%2Fvideoplayback%3Fid%3D60d2919c04ef3e12%26itag%3D18%26source%3Dpicasa%26cmo%3Dsensitive_content%253Dyes%26ip%3D0.0.0.0%26ipbits%3D0%26expire%3D1360520660%26sparams%3Did%2Citag%2Csource%2Cip%2Cipbits%2Cexpire%26signature%3DCF59DD2EBE0605177CB0785F79473015D113FB4C.AC083FBFCAAA3F1B971F673DB0CB102D453AE5CD%26key%3Dlh1" /><param name="bgcolor" value="#FFFFFF" /><param name="allowFullScreen" value="true" /><embed width="320" height="266" src="http://video.google.com/googleplayer.swf?videoUrl=http%3A%2F%2Fredirector.googlevideo.com%2Fvideoplayback%3Fid%3D60d2919c04ef3e12%26itag%3D18%26source%3Dpicasa%26cmo%3Dsensitive_content%253Dyes%26ip%3D0.0.0.0%26ipbits%3D0%26expire%3D1360520660%26sparams%3Did%2Citag%2Csource%2Cip%2Cipbits%2Cexpire%26signature%3DCF59DD2EBE0605177CB0785F79473015D113FB4C.AC083FBFCAAA3F1B971F673DB0CB102D453AE5CD%26key%3Dlh1" type="application/x-shockwave-flash" allowfullscreen="true"></embed></object></div>
<br /></div>
Projeto Exiliushttp://www.blogger.com/profile/14355296495096595314noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2411070810916458739.post-24740853836552176862012-12-23T05:30:00.000-08:002012-12-23T05:30:17.090-08:00Nós marchamos<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<span style="text-align: left;">Saharauis, </span><span style="text-align: left;">Zapatistas e </span><span style="text-align: left;"> Indígenas, eles marcham, nós marchamos. </span></div>
<br />
Se o mundo não acabou, pelo menos marchamos....<br />
<br />
E que assim seja marchamos!<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjDBOLvX2ulOAJxcyjvPHDi6__9NFTk_CxWAbU6BUniDOv57P6Kexh-Gwd55tgw5YdU2zc4PBTTu1yk9DZUBhQycLBOMK2TL4LAJGDzWaF2hS8ahem3tqCxdyMn06vE6Nf2UAYU-uoF4DTp/s1600/c2a9-r-ferrari-sahara-occidentale-46.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjDBOLvX2ulOAJxcyjvPHDi6__9NFTk_CxWAbU6BUniDOv57P6Kexh-Gwd55tgw5YdU2zc4PBTTu1yk9DZUBhQycLBOMK2TL4LAJGDzWaF2hS8ahem3tqCxdyMn06vE6Nf2UAYU-uoF4DTp/s320/c2a9-r-ferrari-sahara-occidentale-46.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto de Rogério Ferrari</td></tr>
</tbody></table>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXUaAaJ4U4T_WLM2pcaAf8PD0cA1eSoXkvXQc9eJXjUGc4peeL2xQtHrE3qDS44FRLmYMv6f1QS81cTp9PX4LAFou8V1i9Y-OngHXv0sRI8h_VwdPdgb3wCFu77UmES70uOYGPpTc5VCQ1/s1600/66724_425999020799687_856451207_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXUaAaJ4U4T_WLM2pcaAf8PD0cA1eSoXkvXQc9eJXjUGc4peeL2xQtHrE3qDS44FRLmYMv6f1QS81cTp9PX4LAFou8V1i9Y-OngHXv0sRI8h_VwdPdgb3wCFu77UmES70uOYGPpTc5VCQ1/s320/66724_425999020799687_856451207_n.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Imagem recebida em 22 de dezembro de 2012, autor desconhecido<br /></td></tr>
</tbody></table>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-wNvNOMvSktI/UNcF4Bqds8I/AAAAAAAAAVU/sHsBUDRgyxM/s1600/3755.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="196" src="http://2.bp.blogspot.com/-wNvNOMvSktI/UNcF4Bqds8I/AAAAAAAAAVU/sHsBUDRgyxM/s320/3755.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Imagem de Larissa Ramina: Guarani Kaiowá, a tragédia anunciada</td></tr>
</tbody></table>
<br /></div>
Projeto Exiliushttp://www.blogger.com/profile/14355296495096595314noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2411070810916458739.post-3049325063075066682012-12-23T05:12:00.000-08:002012-12-23T05:12:29.245-08:00<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
" Quando me desespero, eu me lembro que durante toda a história o caminho da verdade e do amor sempre ganharam. Tem existido tiranos e assassinos e por um tempo eles parecem invencíveis, mas no final, eles sempre caem." </div>
<div style="text-align: right;">
Mahatma Gandhi</div>
<div style="text-align: right;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E, lá se vai 2012...</div>
<div style="text-align: justify;">
E, aqui vem mais um inocente desejo que tudo mude pra melhor, que as mudanças cheguem.</div>
<div style="text-align: justify;">
O mundo não acabou (ainda), mas quem sabe esse seja o fim de um ciclo de intolerância mesquinha, de falta de abrigo e paz.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Termino com a maravilhosa noticia e imagens recebidas ontem:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="text-align: left;">"Neste dia 21/12/2012, enquanto o mundo brincava de apocalipse, os verdadeiros descendentes dos maias, vivos e reais, nos mandaram das montanhas de Chiapas uma importante mensagem, que surpreendeu o México hoje de manhã. Em diferentes municípios da região Sudeste, milhares de indígenas integrantes do Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN) iniciaram o dia em grandes marchas por diferentes estradas e cidades. A manifestação, organizada até a véspera em sigilo, foi pacífica e surpreendentemente silenciosa. Em todas as marchas, o silêncio foi absoluto. Nenhuma palavra de ordem, nenhum cântico, nenhum grito de protesto. Ao final do dia finalmente foi divulgado um comunicado oficial do líder máximo do EZLN, Subcomandante Marcus, dizendo apenas: <b>“Escutaram? É o som do mundo de vocês desmoronando. E do nosso ressurgindo”. </b>Como sabemos, os maias nunca falaram em “fim do mundo” (tampouco jamais conceberam essa ideia). Ao contrário, em um gigantesco silêncio, nos disseram hoje que um mundo novo, uma nova era, está começando. E que os ideais zapatistas estão de volta."</span><br />
<span style="text-align: left;"><br /></span>
<span style="text-align: left;"><br /></span>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_nBv7GeH_wKpIUNLMMHwcmbT940HtrPTJPrk6K1XFkCStuQB9_8iu3Kj6hgWGgAcHjGqEvt5fVsGPA450qKHgmlyIZh06stsD8-pO7Vta5bj0-C7qVlosZkj-isV-DzfyaxpLx1zTeH97/s1600/66724_425999020799687_856451207_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_nBv7GeH_wKpIUNLMMHwcmbT940HtrPTJPrk6K1XFkCStuQB9_8iu3Kj6hgWGgAcHjGqEvt5fVsGPA450qKHgmlyIZh06stsD8-pO7Vta5bj0-C7qVlosZkj-isV-DzfyaxpLx1zTeH97/s320/66724_425999020799687_856451207_n.jpg" width="320" /></a></div>
<span style="text-align: left;"><br /></span></div>
</div>
Projeto Exiliushttp://www.blogger.com/profile/14355296495096595314noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2411070810916458739.post-81236542759471821212012-10-23T19:41:00.003-07:002012-10-24T09:13:17.805-07:00<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
Do lado de lá, do lado de cá, qual a diferença? Indígenas, Saharauis, Curdos, estão todos morrendo, estão todos delimitados, expulsos, aprisionados...
Ei, até quando os primeiros habitantes dessa terra precisam pedir/implorar para permanecerem vivos com dignidade?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-P87jlgPsmWw/UIdT8tuPZuI/AAAAAAAAATE/Omx7B7s2sR0/s1600/3755.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="196" src="http://4.bp.blogspot.com/-P87jlgPsmWw/UIdT8tuPZuI/AAAAAAAAATE/Omx7B7s2sR0/s320/3755.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="text-align: justify;"><b>Carta da comunidade Guarani-Kaiowá de Pyelito Kue/Mbarakay-Iguatemi-MS para o Governo e Justiça do Brasil. </b></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="text-align: justify;">Nós (50 homens, 50 mulheres e 70 crianças) comunidades Guarani-Kaiowá originárias de tekoha Pyelito kue/Mbrakay, viemos através desta carta apresentar a nossa situação histórica e decisão definitiva diante de da ordem de despacho expressado pela Justiça Federal de Navirai-MS, conforme o processo nº 0000032-87.2012.4.03.6006, do dia 29 de setembro de 2012. Recebemos a informação de que nossa comunidade logo será atacada, violentada e expulsa da margem do rio pela própria Justiça Federal, de Navirai-MS.
Assim, fica evidente para nós, que a própria ação da Justiça Federal gera e aumenta as violências contra as nossas vidas, ignorando os nossos direitos de sobreviver à margem do rio Hovy e próximo de nosso território tradicional Pyelito Kue/Mbarakay. Entendemos claramente que esta decisão da Justiça Federal de Navirai-MS é parte da ação de genocídio e extermínio histórico ao povo indígena, nativo e autóctone do Mato Grosso do Sul, isto é, a própria ação da Justiça Federal está violentando e exterminado e as nossas vidas. Queremos deixar evidente ao Governo e Justiça Federal que por fim, já perdemos a esperança de sobreviver dignamente e sem violência em nosso território antigo, não acreditamos mais na Justiça brasileira. A quem vamos denunciar as violências praticadas contra nossas vidas? Para qual Justiça do Brasil? Se a própria Justiça Federal está gerando e alimentando violências contra nós. Nós já avaliamos a nossa situação atual e concluímos que vamos morrer todos mesmo em pouco tempo, não temos e nem teremos perspectiva de vida digna e justa tanto aqui na margem do rio quanto longe daqui. Estamos aqui acampados a 50 metros do rio Hovy onde já ocorreram quatro mortes, sendo duas por meio de suicídio e duas em decorrência de espancamento e tortura de pistoleiros das fazendas.
Moramos na margem do rio Hovy há mais de um ano e estamos sem nenhuma assistência, isolados, cercado de pistoleiros e resistimos até hoje. Comemos comida uma vez por dia. Passamos tudo isso para recuperar o nosso território antigo Pyleito Kue/Mbarakay. De fato, sabemos muito bem que no centro desse nosso território antigo estão enterrados vários os nossos avôs, avós, bisavôs e bisavós, ali estão os cemitérios de todos nossos antepassados.
Cientes desse fato histórico, nós já vamos e queremos ser mortos e enterrados junto aos nossos antepassados aqui mesmo onde estamos hoje, por isso, pedimos ao Governo e Justiça Federal para não decretar a ordem de despejo/expulsão, mas solicitamos para decretar a nossa morte coletiva e para enterrar nós todos aqui.
Pedimos, de uma vez por todas, para decretar a nossa dizimação e extinção total, além de enviar vários tratores para cavar um grande buraco para jogar e enterrar os nossos corpos. Esse é nosso pedido aos juízes federais. Já aguardamos esta decisão da Justiça Federal. Decretem a nossa morte coletiva Guarani e Kaiowá de Pyelito Kue/Mbarakay e enterrem-nos aqui. Visto que decidimos integralmente a não sairmos daqui com vida e nem mortos.
Sabemos que não temos mais chance em sobreviver dignamente aqui em nosso território antigo, já sofremos muito e estamos todos massacrados e morrendo em ritmo acelerado. Sabemos que seremos expulsos daqui da margem do rio pela Justiça, porém não vamos sair da margem do rio. Como um povo nativo e indígena histórico, decidimos meramente em sermos mortos coletivamente aqui. Não temos outra opção esta é a nossa última decisão unânime diante do despacho da Justiça Federal de Navirai-MS. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Atenciosamente, </div>
<div style="text-align: justify;">
Guarani-Kaiowá de Pyelito Kue/Mbarakay</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
Projeto Exiliushttp://www.blogger.com/profile/14355296495096595314noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2411070810916458739.post-84970007365296778552012-10-08T18:10:00.003-07:002012-10-08T19:09:26.195-07:00Um encontro<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
É certo que o projeto Exílius ao longo desses 5 anos sobrevive e resiste dos acasos e encontros com grupos e pessoas que, de alguma forma, compartilham a inquietação de nossa sútil resistência em Front(eiras).</div>
<div style="text-align: justify;">
Não dessas fronteiras castradoras que nos impede de ver o outro como semelhante a nós mesmos. Não essa fronteira que cria barreiras e destrói identidades, mas sim dessas fronteiras permeáveis, repletas de linhas de fuga, com desejo de romper com a distância e com a indiferença, que reconhece e respeita a identidade de um grupo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Hoje, por subjetividades, por impulso, por forças que nos guiam para conhecer alguém 'quase sem querer' e por razões que a própria razão não compreende (por mais paradoxal que isso possa parecer) tive a honra e o prazer de conhecer ao vivo e a cores, o fotógrafo "Rogério Ferrari":</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiIsmwMh6az2Nj-fIqjUdLEf6fh7BaCJgxmusKq4WntAQEe5GNbdrC5y3gnFQEBsHnYp_eNS71c5AR1ml7dwcdTno_QjS7IpXBGfpwCYdWWCM61AoeHr87ch7vn17iBAlny89TTarrwmRhe/s1600/c2a9-r-ferrari-sahara-occidentale-471.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiIsmwMh6az2Nj-fIqjUdLEf6fh7BaCJgxmusKq4WntAQEe5GNbdrC5y3gnFQEBsHnYp_eNS71c5AR1ml7dwcdTno_QjS7IpXBGfpwCYdWWCM61AoeHr87ch7vn17iBAlny89TTarrwmRhe/s320/c2a9-r-ferrari-sahara-occidentale-471.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Saara Ocidental/ Saarauí/ Foto de Rogério Ferrari</td></tr>
</tbody></table>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
A admiração por suas fotos já existia desde o instante que, por acaso, encontrei-o pelo mundo virtual.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
Em seu site "existências resistências", encontramos a seguinte frase:</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">
<b><br /></b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>"Uma fotografia é algo que nos pega pela mão e nos diz “venha ver”. </b></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>O problema não é somente o que nos leva a ver, e sim, sobretudo, a forma como nos leva a ver. Se na outra mão da fotografia vão a verdade e o afã de justiça, então vale a pena viagem."</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Essa frase sempre ecoou junto a mim, atriz, pesquisadora, em busca de resposta, toda vez que me perguntavam o porquê eu havia escolhido ir pro outro lado do oceano, trabalhar com crianças saharauis, se, aqui no Brasil, existem tantas outras crianças, que precisam de tanto trabalho quanto lá.<br />
A resposta nunca encontrei sozinha. A 'pena' de uma viagem talvez tenha vindo com a resposta do Rogério.<br />
Talvez, porque quando nos deparamos com o outro, quando olhamos profundamente e compartilhamos a história do outro, ela passa a fazer parte de nós mesmos.<br />
Talvez, porque o nosso mundo se reflete nos olhos de quem nos olha.<br />
É assim, além dos idiomas, dialetos, cores, dores, somos todos em algum momento um só, refletindo e sendo refletidos, necessitando do outro pra termos parâmetros de nós mesmos. </div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQiq5ixQnai-kkFF2NGo1lqye4rUuGDPA19GG-yqu_Zo7oUj8aWGL8k4vnU-OjT5J8UQ3JkAITcFFrTmGRzmot82wk29wcz0JDWgzCwgbQ6PjDh1V7DpqyAO2VgylF5XjzgQaah25mQXZv/s1600/c2a9-r-ferrari-sahara-occidentale-26-copia1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQiq5ixQnai-kkFF2NGo1lqye4rUuGDPA19GG-yqu_Zo7oUj8aWGL8k4vnU-OjT5J8UQ3JkAITcFFrTmGRzmot82wk29wcz0JDWgzCwgbQ6PjDh1V7DpqyAO2VgylF5XjzgQaah25mQXZv/s320/c2a9-r-ferrari-sahara-occidentale-26-copia1.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Saara Ocidental/Saarauí/ Rogério Ferrari</td></tr>
</tbody></table>
<br />
Voltando de São Paulo, no ônibus, leio no livro de Rogério, "Curdos uma nação esquecida":<br />
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>"A Fotografia e o fotógrafo podem ir além da luz e das sombras. Uma posição em defesa da vida e de uma sociedade justa deve transcender e superar o risco da arte como panfleto. Longe disso, o fotógrafo ou o gari, cada qual no seu fazer, não devem tergiversar sobre a necessidade de refletir e atuar sobre o seu tempo. Se o tempo é de barbárie, pois, como negligenciar isso? Constatar o tamanho das injustiças não significa admiti-las como inevitáveis. Em um tempo de conceitos e interesses escusos é preciso ver claro. De que forma, portanto, a pergunta será respondida para que não continuemos sob essa tragédia pessoal e global? O que significa protestar contra o sofrimento, como algo distinto de reconhecer sua existência? Urge romper a inércia e despir-nos da apatia que vestimos a cada manhã."</b><br />
<b><br /></b>
Pronto, de repente, ele novamente conversa comigo, além de suas imagens.<br />
<br />
E pra quem não conhece, segue os links do trabalho do Rogério:<br />
<a href="http://rogerioferrari.wordpress.com/">http://rogerioferrari.wordpress.com/</a><br />
<a href="http://www.flickr.com/photos/rogerioferrari">http://www.flickr.com/photos/rogerioferrari</a><br />
<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Rogério Ferrari</b> trabalha como fotógrafo independente desenvolvendo o projeto Existências-Resistências, tema que retrata a luta por terra e autodeterminação de alguns povos e movimentos sociais. O projeto evidencia, através das imagens, publicação de livros, debates e exposições fotográficas, o lado desconhecido de conhecidos conflitos: Palestinos sob ocupação israelense; Curdos, na Turquia; Zapatistas no México; Movimento dos Sem-Terra no Brasil; refugiados palestinos no Líbano e na Jordânia; refugiados Saarauis no deserto do Saara e nos territórios ocupados pelo Marrocos; Mapuches no Chile, e os ciganos na Bahia.</div>
</div>
Projeto Exiliushttp://www.blogger.com/profile/14355296495096595314noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2411070810916458739.post-3724406187325351932012-10-05T05:54:00.003-07:002012-10-05T06:06:29.423-07:00<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: left;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjXt6-e9iodQWkt8Xn7BIPKKqvFbJDn-qOSIMSiSN3hk7uG_40JAptqM1DzKBpdOZSdlTjYEvB9VBMTx3UyQHFaPtcfSdiwKzBSpTkbCwSMm6QQw_cq78NRyMW0Gro12zlBg2fMyNJrBGxg/s1600/blog.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="190" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjXt6-e9iodQWkt8Xn7BIPKKqvFbJDn-qOSIMSiSN3hk7uG_40JAptqM1DzKBpdOZSdlTjYEvB9VBMTx3UyQHFaPtcfSdiwKzBSpTkbCwSMm6QQw_cq78NRyMW0Gro12zlBg2fMyNJrBGxg/s320/blog.jpg" width="320" /></a></div>
<span style="font-family: inherit;"><br /></span>
<span style="font-family: inherit;">Exílio significa ser banido, degredado.</span><br />
<span style="font-family: inherit;">Expatriação voluntária ou não.</span><br />
<span style="font-family: inherit;">Deixar o lugar que lhe foi dado, por direito ou por dever.</span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: inherit;">Exílio no próprio corpo, desfazer-se de si mesmo, redescobrir ações e descobrir ações inata. </span><br />
<span style="font-family: inherit;">Criar espaços, linhas de fugas, um instante de exílio.</span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: inherit;">Trânsito livre entre a realidade e a ficção. Permissão e só.</span><br />
<span style="font-family: inherit;">Imaginação em fluxo.</span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="text-align: left;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: inherit;">Cito Ileana Dieguez Caballero:<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-left: 99.25pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 10pt; line-height: 150%;"><i><span style="font-family: inherit;">" A teoria como prática interdisciplinar ou in-disciplinar –
prefiro hoje dizer – dialoga com a expansão das artes, mas também com a
expansão e a problematização da própria categoria de arte, considerando os
fluxos entre arte e vida num duplo sentido: não apenas a partir das
transformações que a arte veio colocando em nossa vida contemporânea, como
também incluindo, muito especialmente, as mutações e contaminações que o espaço
do real e as práticas cidadãs introduziram no campo cada vez mais expandido da
arte e de todos os sistemas de representação." </span><span style="font-family: Arial, sans-serif;"><o:p></o:p></span></i></span></div>
</div>
Projeto Exiliushttp://www.blogger.com/profile/14355296495096595314noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2411070810916458739.post-66120263934584840712012-10-05T05:26:00.001-07:002012-10-05T05:26:17.821-07:0009/09/2012<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<o:p><b>Eu crio histórias para tornar a realidade mais ou menos cruel... o meu ponto de vista é sempre uma farsa, um novo enredo pra um novo espetáculo...</b></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<o:p><br /></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
“Eu tenho um medo constante de que aconteça algo comigo
também!”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Vamos resistir. Vamos retomar aquilo que é nosso. Somos potentes
roedores. Vamos roer esses muros, vamos retomar e refazer essa marcha. Um
depois do outro, regressar àquilo que é nosso. Aquilo que nunca deveria ter
deixado de ser nosso.<br />
Vamos voltar pra casa, vamos acabar com esse “climão”. (riso alto, estridente, cambaleante)<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Os soldados bons moços são... (rí)<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Eles se aproximam nos olham.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Eu, tão somente eu. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Aicha de nome.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Ninguém em existência.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Caminhando nessa noite, a procura de algo que não sei, de
alguém que não conheço, porque passou da linha e sumiu como muitos outros pelo
deserto.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
A rua é do inimigo, a casa não é minha mais.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
O soldado que se aproxima.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
O toque.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Meus pés já não tocam o chão.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Arrastada.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Encostada.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Levantada.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Invadida.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Um silêncio.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
(pausa, o olhar não deve se mover, suspender a respiração)</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Não choro.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Não grito.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Não me movimento.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Não mostro a ele o seu troféu.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Não choro.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Invadida.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Não grito.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Posso colocar-me a seus pés?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Escorre entre minhas coxas. Não grito. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
(suspiro longo)<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Invadida.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
(deita-se)<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Os soldados até que são bons moços... (respira fundo)<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Nesse lugar ocupado...<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Meu corpo é puro. Meu corpo apenas é. Ferir o meu corpo não resolve e não me faz
desistir.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Líquido que escorre pela minha coxa. Vermelho. Branco. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Meus olhos que não veem mais. Olhos que só olham dentro.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Fecho os olhos para que outros pares de olhos se abram em
mim.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Fecho os olhos para que se abra dentro novamente a certeza e
o desejo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Levanto-me, caminho lento. Pernas bambas. Boca seca. Tudo
escorre. Vermelho. Meu corpo liquido.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Soldado distante, liquido que escorre dos olhos. Água
salgada.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Não digo o nome.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Só o liquido que escorre.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Caminho lento. Chego lento a lugar nenhum. Caminho. O
caminho.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
O medo é tudo aquilo que não vejo. O Caminho é lento.
Pequenos silêncio. Liquido escorre com soluço pela primeira vez.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Abro o olho lento, ninguém nas ruas. Olho-me. Ninguém na rua, ninguém aqui. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
A barriga vai crescer, laço nada terno tu e eu. Isso já foi dito em algum lugar.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Laço eterno e não terno. Tu e eu. Tu, ele e eu.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Laço eterno. Fecho os olhos, deito.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Vivenciada, viscerada.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Inventada.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Eu invento historias para tornar a realidade mais ou menos
cruel. Eu recrio tudo aquilo pra tornar à volta a mim mesma mais ou menos
cruel. Refaço o caminho do outro, como se fosse o meu. Pra refazer em mim uma
historia que perdi aqui. Refluindo. Fluindo. Desaguando. Relembrando. Invasão
de mim.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Aquele homem e eu. Muro. Escuridão. Encostada no muro. Outro
muro.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Forte. Alto. Ele e eu.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Acordo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<o:p><br /></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<o:p>(desperta do delírio passado, direta com o publico) </o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Com licença, você continua aí?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Eu também tenho um cigarro, deseja?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Permita-me mostrar o direito que eu tenho sobre meu próprio
corpo território. Direito sobre decidir a mim mesma, sobre quando eu devo
andar.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Permita-me andar só. É só isso que eu te peço. Licença pra
caminhar sozinha nessa noite quente, enquanto tudo escorre. Enquanto meus olhos
tentam se abrir.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Enquanto você pensa que a sua ajuda me basta.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Enquanto você pensa que eu estou em estado de emergência.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Enquanto tudo escorre entre as minhas coxas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Enquanto eu sonho com o canto secreto dos árabes. ( pausa, reflete), alguém também já disse isso.</div>
<div class="MsoNormal">
Enquanto eu sonho com a
serenidade que escorre dos seus lábios.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Enquanto seus olhos se abrem no meu corpo. Eu, tu e ele.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Você quer um cigarro? Um pedaço de pão? É só isso que eu te
ofereço: 1 pedaço de pão e ficar aqui sentado, olhando essa noite quente. Não
tenha medo. Pode sentar aqui comigo. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Vamos decidir juntos para onde vamos quando o sol chegar.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Quando amanhecer, vamos repartir o que temos e seguir.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Tudo bem, minha mente também não consegue esquecer. Vamos
dividir esse prato. Tomar mais um chá que deixa tudo calmo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
(Retorno ao delírio) </div>
<div class="MsoNormal">
Pára de me dar aspirinas, minha dor de cabeça não passa com
isso.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Minha dor de cabeça só vai passar quando você parar de
apertar a minha nuca.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Tira a mão de mim. Pára de me medicar.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Façamos um acordo: eu deixo de tomar sua água e sua
aspirina, eu páro de gritar na sua orelha, se você tirar a mão da minha nuca.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Estamira ao avesso...<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
O som do vento.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Cabras falam, eu juro!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Piloto... vôo que nunca rasgou o céu de sua pátria.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
"Quem suporta chega a sombra" – ditado saharaui.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Peito aberto de frente ao Front. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Defronte do soldado que se aproxima, debaixo do sol que não
me deixa ver nada muito bem o que está acontecendo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Nosso problema é político. Queremos uma resolução política.
Não é uma guerra por religião ou por raça, é uma guerra por
auto-determinação. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: left;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: left;">
(Escrito depois de uma visita à <span style="color: #222222; font-family: Arial, sans-serif;">Asociación
de Familiares Presos y Desaparecidos </span><em><b><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-style: normal;">Saharauis</span></b></em><span style="color: #222222;"> - </span><em><b><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-style: normal;">Afrapedesa</span></b></em><span style="color: #222222; font-family: Arial, sans-serif;">) </span></div>
<div class="MsoNormal">
<o:p></o:p></div>
</div>
Projeto Exiliushttp://www.blogger.com/profile/14355296495096595314noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2411070810916458739.post-67819607871858466692012-10-05T05:15:00.001-07:002023-05-25T09:06:05.634-07:0007/09/2012<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
Do outro lado, eles.<br />
Um salto e tudo está aqui do nosso lado.<br />
Fuzil. Confiança que escorre na pele rasgada de sol.<br />
Boca rachada.<br />
Certeza de quem são.
Medo que não cessa.<br />
O muro que impede a ultrapassagem, não impede de ver o horizonte.<br />
O lado de lá é o mesmo de cá. Areia por todos os lados.<br />
Minas ativas.<br />
Círculos de pedra.<br />
Barricadas de pedra.<br />
De frente com todo o medo de deixar de ser.<br />
Animal raivoso, vontade de cruzar a linha de frente.<br />
<br />
Mohamed cruzou: 2 dias a pé, dois dias de caminhão.<br />
8 anos de idade.<br />
<br />
Atento ao caminho, olha por onde pisa.<br />
Segue andando nas linhas do pneu.<br />
Dá tua mão eu vou com você até ali.<br />
<br />
Compreensão de um menino que não vinha, que deixou mãe, pai e irmãos do outro lado.<br />
Ele foi trazido por anjos.<br />
1968 – AI-5, torturas, 44 anos.<br />
1975 – ele tinha 8 anos.<br />
<br />
Eu nada, eu pouca coisa, eu aqui. Barulho.<br />
Poesia que não vem.<br />
Pele ardida do sol.<br />
Azzzziiiiizzzzzaaaa.<br />
Saudade que deixou de vir.<br />
Manhã sinistra.<br />
Impaciência.<br />
Ausência minha.<br />
Falta de vontade.<br />
Arte que não escorre.<br />
Diário que não acontece.
</div>
Projeto Exiliushttp://www.blogger.com/profile/14355296495096595314noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2411070810916458739.post-35308020669173261202012-10-05T05:10:00.002-07:002012-10-05T05:10:31.520-07:0006/09/2012<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
Amigo, eu tô dividindo com você somente esse pedaço de pão. Só isso.
É só você me perguntar o que eu realmente quero que não será nada difícil para você compreender: QUE EU ESTOU AQUI PEDINDO SÓ PRA VOCÊ CONVERSAR COMIGO.
É que tantos dias se passaram que você quase se esqueceu de mim. Mas, eu não esqueci de você. Eu não esqueci de você enquanto caminhava dia e noite sem parar até cruzar a fronteira, até encontrar com outros de mim. Até que uma barreira se ergueu entre nós, até que não pude mais te olhar, até que seus olhos se foram se apagaram da minha memória.
Mas, agora depois de tanto tempo você está aqui e eu não sei mais como se abraça você. Esquecemos como fazer isso. Eu to cheia de protocolos, de barreiras de segurança, é que assim não corremos os riscos dentro de nossas pequenas próprias fronteiras-pele.
Desculpa, eu to vomitando palavras em você. Eu sei.<br />
<br />
<b>Eu crio histórias, para tornar a realidade mais ou menos cruel.... meu ponto de vista é sempre uma farsa, um novo enredo para um novo espetáculo.</b></div>
Projeto Exiliushttp://www.blogger.com/profile/14355296495096595314noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2411070810916458739.post-64031399981699209132012-09-13T08:11:00.002-07:002012-10-05T05:15:21.259-07:00 Um passo atrás para dar muitos a frente. <div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
Esse blog tinha uma função poética, de construção imagética de assuntos relacionados ao exílio e, em especial, à causa saharaui, mas com a ida aos acampamentos e conhecendo melhor a realidade e o movimento de libertação do povo, é necessário dar um passo atrás e cumprir com a função de divulgação dos dados históricos e reais desse povo. </div>
<div style="text-align: justify;">
Afinal, informações erradas (como baixa temperatura a noite – sim, elas existem, mas não nesse período do ano, ou então, que nunca chovia no deserto – sim, choveu, pouco, mas caiu água do céu) até falta de informações em português sobre a história desse povo e sua organização social ficaram explícitas durante a viagem e, claro, foram motivos de piadas em diversos momentos (ok, eu assumo! rs).<br />
<br />
Mas, vamos lá na tentativa de mudar, recomecemos:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Cinzia Terzi, vice-presidenta da Associação Jaima Sahrawi e pesquisadora do povo saharaui, disse-me: <b>“Uma nação só acontece quando se deseja ser nação. A declaração de uma nação parte do desejo, parte da ânsia de ser reconhecido como tal, assim acontece com a RASD – Republica Arabe Saharaui Democratica.”</b> </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O povo saharaui nasce do encontro da população árabe com os nômade berberes e que dizer literalmente, “gente do deserto”. </div>
<div style="text-align: justify;">
Desse encontro, nasce uma população ligada pelo islamismo sunita e por uma língua única “hassanya” (muito próxima ao árabe clássico), dando uma identidade própria à região do Sahara Ocidental. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Antes da chegada dos colonizadores, eles se dividiam socialmente em camadas, que podemos visualizar como pirâmide. </div>
<div style="text-align: justify;">
No ponto mais alto da pirâmide haviam: </div>
<div style="text-align: justify;">
1- Os cultos, que dominavam os saberes: religioso e as ciências. </div>
<div style="text-align: justify;">
2-Os guerreiros, que asseguravam a defesa do território e da população. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Descendo na piramide, encontravam-se: </div>
<div style="text-align: justify;">
1- Pastores e agricultores, que em busca de proteção espiritual e armada, pagavam impostos. </div>
<div style="text-align: justify;">
2- Abaixo desses haviam os escravos livres e outros trabalhadores. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Essa estrutura social era mantida, por um poder central, pelos chefes da tribo, denominado “Conselho dos Quarenta”. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>A Colônia</b> </div>
<div style="text-align: justify;">
A questão do Sahara Ocidental e seu processo de colonização tem como marco a data de 1884, quando a Espanha funda a sua colonia no Rio de Ouro, no Congresso de Berlim. </div>
<div style="text-align: justify;">
Nesse mesmo período, a França e a Espanha definem o território que cabia a cada uma, assim também o Marrocos estava sobre domínio de seus colonos franceses.
Em torno de 1890, nasce o primeiro movimento anticolonialista saharaui, com a tribo guerreira “Uld-Delim”. </div>
<div style="text-align: justify;">
Entre os anos de 1900 – 1920, a Espanha e a França, a partir de muitos acordos, decidem as areas de influencias de cada país: Marrocos, Mauritânia e Argélia (França) e Sahara Ocidental (Espanha). </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Em 1949, descobre-se no território o maior centro de fosfato do mundo. </div>
<div style="text-align: justify;">
Em 02 de março de 1956, acontece o processo de descolonização do Marrocos pela França. </div>
<div style="text-align: justify;">
Em 1958, a Espanha divide o território em dois centros administrativas: Rio de Ouro ao sul e, Sanguia El Hamra ao norte, que formavam a província espanhola “Sahara Espanhol”. </div>
<div style="text-align: justify;">
Os conflitos com o Marrocos já são aquecidos nesse momento com o desejo desse país pela construção do “Grande Marrocos”. </div>
<div style="text-align: justify;">
Em 1960, a Argélia torna-se independente. </div>
<div style="text-align: justify;">
Em 1962, independência da Mauritânia. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Descolonização e traição. </b></div>
<div style="text-align: justify;">
Os movimentos de libertação da colônia espanhola aumenta nesse período, surgem movimentos nacionalista, anticoloniais. </div>
<div style="text-align: justify;">
Em 1968, cria-se o movimento de Libertação de Sanguia El Hamra e Rio de Ouro.
Em 1973 funda-se a Frente Polisario (Frente popular de libertação de Sanguia El Hamra e Rio de Ouro) e o principal objetivo desse movimento que começou clandestinamente e foi se tornando cada vez mais forte e estratégico era a independência do Sahara e a reformulação e enfrentamento do que seria o “Grande Marrocos”, já prevendo o desejo do mesmo sobre o seu território. </div>
<div style="text-align: justify;">
Em 1974, a Espanha propõe um referendo ao Secretariado Geral da Onu que poderia dar a autodeterminação ao povo saharaui. Por esse motivo começa um censo da população naquele momento para o acontecimento da votação.
Em 1975, a corte de Aia envia uma delegação da ONU, para verificar a viabilidade do referendo de autodeterminação. Essa corte indica que aquela era uma terra “nula” e que nem o marrocos, nem a Mauritânia tinham qualquer historia sobre o território que poderiam dar qualquer vestígio de vínculo com a área e propõe a continuidade do referendo.
O Marrocos, que há muito desejava aquela região se sente desprivilegiado. </div>
<div style="text-align: justify;">
Em 17 de outubro de 1975, um acordo secreto entre a Espanha e o Marrocos, e contra a decisão da ONU de um referendo, permitem o acontecimento da Marcha Verde, no qual 350.000 marroquinos invadem o Sahara Ocidental. </div>
<div style="text-align: justify;">
Em 14 de novembro de 1975, é firmado um acordo entre Espanha, Marrocos e Mauritânia. A Espanha concede o território a esses dois países que iniciam a invasão: ao norte pelo Marrocos e ao sul pela Mauritânia. Tem inicio a retirada dos saharauis. A Frente Polisario resiste de todas as formas, apesar dos bombardeios com Napalm feitos pelos aviões marroquinos. A população que consegue foge para a Argélia, para a cidade de Tindouf e cria-se ali o primeiro acampamento de refugiados. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Em 27 de Fevereiro de 1976, a Frente Polisario proclama a RASD – Republica Arabe Saharaui Democratica. </b>Decretada no Exílio, que permitiu e assumiu a retirada do poder da Espanha sobre as decisões da população saharaui. </div>
<div style="text-align: justify;">
Em 05 de agosto de 1979, é declarada a paz entre a RASD e a Mauritânia, que retiram as suas tropas. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>O Muro</b> </div>
<div style="text-align: justify;">
Em 1980, a Frente Polisario já havia reconquistado uma pequena parte de seu território, conhecido ainda hoje como Territorio Livre.<br />
Frente a esse fato, Hassan II dá inicio a construção do Muro de areia. </div>
<div style="text-align: justify;">
De 1981 a 1986, o Marrocos se dedica a construção desse muro, que possui mais de 2.500 km de extensão partindo do sul do Marrocos até a costa Atlântica, divisa com a Mauritânia. Além da construção do muro, o Marrocos se encarregou de minar toda a região ao redor do muro, de construir base militares fortemente armadas e com sistema eletrônico em defesa do que eles declararam ser o seu território, dando inicio a uma nova colonização/exploração da região. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
Em 1984, a RASD é reconhecida pela Organização da União Africana, esse fato faz com que o Marrocos saia da Organização.</div>
<div style="text-align: justify;">
Em 25 de setembro de 1987, a Onu decide enviar uma missão na região para estudar uma maneira de cessar fogo e finalizar o conflito na região. </div>
<div style="text-align: justify;">
Em agosto de 1988, um acordo de Paz elaborado pelo Secretario Geral da ONU, propõe uma resolução pacífica para a região. </div>
<div style="text-align: justify;">
Em 6 de setembro de 1991, acontece o cessar fogo e a criação da Minurso ( Missão da Nações Unidas por um Referendo no Sahara Ocidental), traçando como data prevista para a votação o dia 26 de janeiro de 1992.<br />
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A data determinada pela ONU para a votação é boicotada pelo Rei Hassan II do Marrocos.
Desde então, o Marrocos tem ocupado a região, enviando marroquinos para viverem no território para assim, expulsar e diminuir a população saharaui no Sahara Ocidental, dificultando a realização do referendo. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Atualmente, os saharauis estão divididos em 3 partes: </div>
<div style="text-align: justify;">
1- Acampamentos de Refugiados, localizados em Tindouf, Argélia, com cerca de 200.000 pessoas vivendo em situação de exílio, num ambiente inóspito e pouco propício a vida humana, dependentes sobretudo de ajuda humanitária para viver.<br />
2- Territórios Ocupados, uma parcela da população saharaui, que não conseguiu fugir durante a guerra permanece ainda no Sahara Ocidental sobre o domínio do Marrocos. Nesse território, as histórias de torturas, prisão e sequestros de militantes saharauis são intensas ainda hoje e os registros assustam (em breve um texto somente sobre isso!). </div>
<div style="text-align: justify;">
3- Território Liberado, uma faixa vizinha ao muro, reconquistada pela Frente Polisario durante os anos de guerra.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A historia é longa, o conflito merece atenção, portanto, vou publicar em partes as informações, em breve um texto sobre a Frente a Polisario.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgbyAGGFKjp3YmvHAQHyLI454w17C5BT6jIXHvob5RzYz2eQr6KIKifBIrhwiO9KNUiAAowiaA9ziv6bMFvyszN4nEUqREKGihLO9ZTddh_IIsxRTKKFEU1-CJ6gTv0uqjesFxMM5DT7xLg/s1600/jaima.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgbyAGGFKjp3YmvHAQHyLI454w17C5BT6jIXHvob5RzYz2eQr6KIKifBIrhwiO9KNUiAAowiaA9ziv6bMFvyszN4nEUqREKGihLO9ZTddh_IIsxRTKKFEU1-CJ6gTv0uqjesFxMM5DT7xLg/s320/jaima.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
Jaima - Smara - Campo de refugiado saharaui - Tindouf - Argélia</div>
</div>
Projeto Exiliushttp://www.blogger.com/profile/14355296495096595314noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2411070810916458739.post-16932843107821819062012-09-12T07:48:00.000-07:002012-09-12T07:48:03.863-07:00<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
São mais de 2.500 kms de muro, com minas cercando todo o território e nós cruzamos por várias delas. Os saharauis estão há 37 anos em Exílio e apesar da opressão do gigantesco muro, eles são exemplos de cidadania, de respeito, de esperança e certeza de uma pátria livre: RASD - Republica Arabe Saharaui Democratica. Sahara Ocidental Livre Já!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Que o Brasil reconheça a RASD!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghBVD0grbykzQH0cTzW5d_o9jJXb8rMXHL1FfISy84mjwcOAmY8vcBLmC6BiditbCOz9DD9PEqiGetYO9o4HOIFk-WucBATfwQLxQjdTyPCTNsV9qhyphenhyphenbFdezXpHG-vgmy-45qoQ5zT-q7j/s1600/IMG_0621.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghBVD0grbykzQH0cTzW5d_o9jJXb8rMXHL1FfISy84mjwcOAmY8vcBLmC6BiditbCOz9DD9PEqiGetYO9o4HOIFk-WucBATfwQLxQjdTyPCTNsV9qhyphenhyphenbFdezXpHG-vgmy-45qoQ5zT-q7j/s320/IMG_0621.JPG" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
Projeto Exiliushttp://www.blogger.com/profile/14355296495096595314noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2411070810916458739.post-67867002298500088702012-09-02T02:07:00.000-07:002012-09-02T02:07:14.476-07:00SilêncioSilêncio.<br />
Mentira.<br />
Aqui nenhum silêncio.<br />
Mente que não pára, imagens que não param...<br />
<br />
Gente que fala e que fala e que fala.<br />
Eu que falo e que falo e que falo.<br />
<br />
Vazio barulhento.<br />
Desconforto do desconhecido.<br />
<br />
- Outro vinho, posso?<br />
- É assim, de repente é assim... Vc olha por lado e a pessoa deixa de estar. Foi levada com o vento. Dela só ficaram as fotos, o rosto jovem, o silêncio interminável e as roupas que era preciso desfazer.<br />
<br />
A menina mais nova brinca com boneca, de construir casinhas, de colocar tijolinho sobre tijolinho.<br />
<br />
- Posso pegar outra taça de vinho?<br />
- ... (balança a cabeça).<br />
<br />Projeto Exiliushttp://www.blogger.com/profile/14355296495096595314noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2411070810916458739.post-37108539286972053972012-08-17T17:08:00.000-07:002012-08-17T17:11:24.692-07:00Aqui estou eu de novo, no mesmo bat local...<br />
Pra mim tudo é igual, a mesma casa, mesmas árvores, mesmo calor...<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
Igual? E as coisas que aconteceram aqui nesse 1 ano? Pra mim ainda é tudo invisível, fora as fotos que ví:</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
2mts de neve, terremoto que balançou tudo, crise que balançou ainda mais as estruturas... </div>
<div style="text-align: justify;">
Hoje soube que cerca de 20 empresários se suicidaram depois da crise.</div>
<div style="text-align: justify;">
Cada um constrói a guerra que pode né não?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Curiosidades que só acontecem quando procuramos saharauis:</div>
<div style="text-align: justify;">
A Chrifa (uma muito famosa, aluninha porreta e agitada do ano passado) não foi encontrada nos acampamentos e não veio pra continuar os tratamentos dentários, muitas hipóteses para seu sumiço: </div>
<div style="text-align: justify;">
1- Ela não se chama Chrifa e veio no lugar de outra criança que por algum motivo não pode vir ano passado.</div>
<div style="text-align: justify;">
2- Fugiram dos acampamentos?</div>
<div style="text-align: justify;">
3- Melhor não pensar nesse 3.....</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Vamos lá, que é só o primeiro dia....</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Sempre é dolorido sair da casa/pátria, mas é sempre bom sair de mim mesma e perceber como somos pequenos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Projeto Exiliushttp://www.blogger.com/profile/14355296495096595314noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2411070810916458739.post-51735982123713716142012-08-13T06:06:00.004-07:002012-08-13T06:06:49.652-07:00<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;">"Somos assim. Sonhamos o voo, mas tememos as alturas. Para voar, é preciso ter coragem para enfrentar o terror do vazio. Porque é só no vazio que o voo acontece. O vazio é o espaço da liberdade, a ausência de certezas. Mas é isto que tememos: o não ter certezas. Por isso trocamos o voo por gaiolas. As gaiolas são o lugar onde as certezas moram." Rubem Alves</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;">A frase veio da Quesia Botelho, mas cabe direitinho nessa segunda preguiçosa, arrumando malas.... </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;">Momento de procurar em tudo os "porquês", pra entender porque de novo estou fazendo as malas, porque de novo sinto medo e desejo, porque la vou eu de novo atravessar o oceano pra encontrar a mim mesma. Aonde me perco? Aonde me encontro aqui?</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;">Ontem também apresentamos o "Passagens", encerro esse post apressado com um texto da Hilda Hilst (Obscena Sra D) e o clipe do Exílius, pra relembrar...</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<div class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;">" Desamparo,
abandono, desde sempre a alma em vaziez, buscava entender de nós
todos o destino, isso de vida e morte, esses porquês. <span style="line-height: 150%;">Também
não compreendo o corpo, essa armadilha, nem a sangrenta lógica dos
dias, nem os rostos que me olham nesta vila onde moro."</span></span></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dwgeh8LP5Vio9KcCPWzP6tPIMsvv_uCVGiIHrPLQtrmun9UniAt09CORk-oF_0P2vp39qvnsL3FSx1OEsiMOg' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Projeto Exiliushttp://www.blogger.com/profile/14355296495096595314noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2411070810916458739.post-76308872519275932242012-08-08T19:11:00.000-07:002012-08-08T19:11:25.762-07:00Partindo, de novo.....A viagem sempre começa muito antes da saída da minha casa/pátria.<br />
<br />
Dessa vez está sendo longa a preparação.<br />
<div style="text-align: justify;">
Minha mente está fantasiando o que encontrarei dessa vez. </div>
<div style="text-align: justify;">
Vozes me cercam: Aziza, Mohamed, Aicha, Chrifa.... Saudades de todos os pequenos saharauis, cada criança, cada olhar, cada aprendizado. Tudo ficou guardado com tanto carinho, com tanta memória, que até assusta o regresso.</div>
<div style="text-align: justify;">
Não trabalharei como artista-educadora, mas como assistente de produção de um grupo de cinema que está montando um documentário, sobre ajuda humanitária pelo mundo: 'Estamos fazendo o certo?'.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ô perguntinha danada... será que estou fazendo o certo?</div>
<div style="text-align: justify;">
Será que ir ao deserto, escrever sobre, trabalhar com as crianças pode alterar a vida delas? (a minha eu garanto que se transforma a cada conversa!)</div>
<div style="text-align: justify;">
O que podemos fazer que seja realmente efetivo para transformar a eterna relação "dominador e dominado"?</div>
<div style="text-align: justify;">
Como derrubar o muro que impede ver o outro? O outro tão perto, que vivem em barracos sem saneamento básico e sem água potável e os outros tão longe, que vivem em lonas (jaimas) sem uma única gota de chuva por anos, nas suas fontes tão secas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Esse blog começou destinado a escrever somente notícias sobre a causa saharaui e a busca desse povo pelo desejo de retorno a casa/pátria, pelo fim do conflito com os marroquinos.</div>
<span style="text-align: justify;">Depois virou uma espécie de diário de bordo, durante as viagens.</span><br />
<span style="text-align: justify;">Agora ele virou um pouco de tudo, inclusive, o doutorado que estou escrevendo, uma forma também artística de compreender as fronteiras, as reais (como o muro saharaui) e as imaginárias.</span><br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
Para quem ainda não sabe, o meu doutorado irá descrever processos teatrais que mesclam realidade e ficção, que partem de um fato real para a construção de uma ficcional, como é o caso do espetáculo "Exílius", parto de um assunto verídico, de um conflito armado, político, mas crio uma personagem ficcional, que metaforicamente vive num carrinho de mão repleto de areia, do qual nunca poderá sair. </div>
<br />
<b>Front(eiras): dramaturgias entre a realidade e a ficção.</b><br />
<div align="JUSTIFY" class="western" style="line-height: 150%; margin-bottom: 0cm; margin-left: 2cm;">
<b>‘Front’</b> linha de frente nas batalhas.<br />
<b>‘sem eiras’</b> as eiras são chãos duros/firmes, utilizadas para secar produtos agrícolas, bem como também cumpriam uma função social, uma vez que proporcionavam um local onde podia decorrer certas cerimônias ou eventos públicos, tais como bailes ou missas. A importância da eira na vida das populações rurais era de tal forma evidente, que deram origem a vários toponímicos, e à expressão "sem eira nem beira", que significa destituído de tudo, numa alusão de como as eiras eram centrais na sua vivência.<br />
<b>‘Fronteiras’</b>, portanto, como território de identidades múltiplas, do qual muitas vezes a linha divisória oficial de separação entre os espaços não corresponde à realidade mestiça e misturada dos que habitam esses locais.<br />
<br /></div>Projeto Exiliushttp://www.blogger.com/profile/14355296495096595314noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2411070810916458739.post-10420194179470039292012-07-13T07:56:00.001-07:002012-07-13T07:56:09.147-07:00Uma postagem por dia?<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br class="Apple-interchange-newline" />Ela prometeu: uma postagem por dia, ela falhou ontem...</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Ela tem falhado com algumas coisas ultimamente....</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Ela visitou a melancolia... achou engraçado como poderia sobreviver tanto tempo nela??</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Ela decidiu escrever em terceira pessoa, pra ver se consegue olhar com calma, se encontra um caminho um pouco mais tranquilo, já que dentro tudo é tempestade.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Queria falar bonito como alguns poetas que conhece, mas não tomou tanto jeito assim com as palavras e com a ordem delas.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Fica aqui pensando, fantasiando dunas:</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">"Dunas nômades, mutantes, dunas dançantes, que são levadas com o vento, que são transportadas com o vento."</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Fica aqui pensando, fantasiando tendas:</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">"Tendas coloridas, Jaimas coloridas, dançantes que bailam como saias ao vento sob seu amante de areia."</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">No fundo tudo é fantasia, tudo é ilusão....</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Nem a morte é real.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">E a memória é atualização daquilo que não é mais, é recriação. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">É aquilo que se deseja que tenha sido.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;">Feliz dia do Rock: </span><a href="http://www.youtube.com/watch?v=HTXyoPVOUso">http://www.youtube.com/watch?v=HTXyoPVOUso</a></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<div class="cor_2" id="cabecalho" style="line-height: 25px; padding: 0px 295px 0px 120px; text-align: -webkit-auto;">
<div>
<h1 id="identificador_musica" style="border: 0px; color: #ff6600; letter-spacing: -1px; line-height: 26px; margin: 0px; padding: 0px; text-shadow: rgb(236, 236, 236) 0px 1px 0px;">
<span style="font-family: inherit; font-size: small;">Strawberry Fields Forever</span></h1>
</div>
<h2 style="border: 0px; color: #b7b700; margin: 0px 0px 10px; padding: 5px 0px 0px;">
<a href="http://letras.mus.br/the-beatles/" id="identificador_artista" style="color: #b7b700; cursor: pointer; outline: 0px; text-decoration: none;"><span style="font-family: inherit; font-size: small;">The Beatles</span></a></h2>
</div>
<div id="main_cnt" style="height: auto !important; line-height: 25px; margin-left: 120px; min-height: 619px; padding: 10px 0px; position: relative; text-align: -webkit-auto; width: 864px; z-index: 3;">
<div id="div_letra" style="color: #555555; height: auto !important; line-height: 1.5; min-height: 260px; outline: 0px; padding-right: 458px;">
<div style="border: 0px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-shadow: rgba(0, 0, 0, 0.148438) 0px 1px 1px;">
<span style="font-family: inherit;">Let me take you down,<br />'cause I'm going to Strawberry Fields.<br />Nothing is real,<br />And nothing to get hung about.<br />Strawberry Fields forever.</span></div>
<div style="border: 0px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-shadow: rgba(0, 0, 0, 0.148438) 0px 1px 1px;">
<span style="font-family: inherit;">Living is easy with eyes closed,<br />Misunderstanding all you see.<br />It's getting hard to be someone,<br />But it all works out;<br />It doesn't matter much to me.</span></div>
<div style="border: 0px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-shadow: rgba(0, 0, 0, 0.148438) 0px 1px 1px;">
<span style="font-family: inherit;">Let me take you down,<br />'cause I'm going to Strawberry Fields.<br />Nothing is real,<br />And nothing to get hung about.<br />Strawberry Fields forever.</span></div>
<div style="border: 0px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-shadow: rgba(0, 0, 0, 0.148438) 0px 1px 1px;">
<span style="font-family: inherit;">No one I think is in my tree,<br />I mean, it must be high or low.<br />That is, you can't, you know, tune in,<br />But it's all right.<br />That is, I think it's not too bad.</span></div>
<div style="border: 0px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-shadow: rgba(0, 0, 0, 0.148438) 0px 1px 1px;">
<span style="font-family: inherit;">Strawberry Fields Forever</span></div>
<div style="border: 0px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-shadow: rgba(0, 0, 0, 0.148438) 0px 1px 1px;">
<span style="font-family: inherit;">Let me take you down,<br />'cause I'm going to Strawberry Fields.<br />Nothing is real,<br />And nothing to get hung about.<br />Strawberry Fields forever.</span></div>
<div style="border: 0px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-shadow: rgba(0, 0, 0, 0.148438) 0px 1px 1px;">
<span style="font-family: inherit;">Living is easy with eyes closed,<br />Misunderstanding all you see.<br />It's getting hard to be someone,<br />But it all works out;<br />It doesn't matter much to me.</span></div>
<div style="border: 0px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-shadow: rgba(0, 0, 0, 0.148438) 0px 1px 1px;">
<span style="font-family: inherit;">Let me take you down,<br />'cause I'm going to Strawberry Fields.<br />Nothing is real,<br />And nothing to get hung about.<br />Strawberry Fields forever.</span></div>
<div style="border: 0px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-shadow: rgba(0, 0, 0, 0.148438) 0px 1px 1px;">
<span style="font-family: inherit;">Always know, sometimes think it's me.<br />But you know, I know when it's a dream.<br />I think a "No," I mean a "Yes,"<br />But it's all wrong.<br />That is, I think I disagree.</span></div>
<div style="border: 0px; margin-bottom: 20px; padding: 0px; text-shadow: rgba(0, 0, 0, 0.148438) 0px 1px 1px;">
<span style="font-family: inherit;">Let me take you down,<br />'cause I'm going to Strawberry Fields.<br />Nothing is real,<br />And nothing to get hung about.<br />Strawberry Fields forever. Strawberry Fields forever,<br />Strawberry Fields forever, Strawberry Fields forever</span></div>
</div>
</div>
</div>Projeto Exiliushttp://www.blogger.com/profile/14355296495096595314noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2411070810916458739.post-12938548696663971672012-07-10T04:39:00.003-07:002012-07-10T04:39:40.984-07:00<div style="text-align: justify;">
Por favor regressar, porque está entrando num campo de minas....</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Por favor a liberdade será guiada, por favor acalmem-se, o passo deve ser lento, por favor quase 3 mil kilômetros de muro, por favor.... liberdade caça jeito.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Por favor, por favor, por favor, se interessa, se importa, acessa o link abaixo:</div>
<br />
<a href="http://www.youtube.com/watch?v=DkN_dDG4cPY&feature=related">http://www.youtube.com/watch?v=DkN_dDG4cPY&feature=related</a>Projeto Exiliushttp://www.blogger.com/profile/14355296495096595314noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2411070810916458739.post-28683573820001251952012-07-09T00:24:00.000-07:002012-07-09T00:30:27.228-07:00Outra vez silêncioEla não conseguiu dormir.<br />
Ficou rolando na cama, os pensamentos rolando mais.<br />
Ela perdeu o domínio sobre o pensar.<br />
<br />
Procurou no dicionário o sentido de liberdade.
Não encontrou eco em si na leitura.<br />
<br />
Liberdade pra existir é preciso poetizar, liberdade não tem graça quando é formal.
<br />
<br />
Então, procurou nos seus escritores textos sobre liberdade, já que ela mesmo perdeu o tempo e o tema:<br />
<br />
“Quem anda no trilho é trem de ferro, sou água que corre entre pedras: liberdade caça jeito.” (Manoel de Barros)<br />
<br />
“- Ela é tão livre que um dia será presa.<br />
- Presa por quê?<br />
- Por excesso de liberdade.<br />
- Mas essa liberdade é inocente?<br />
- É. Até mesmo ingênua.<br />
- Então por que a prisão?<br />
- Porque a liberdade ofende.“
(Clarice Lispector)<br />
<br />
“Acordei hoje com tal nostalgia de ser feliz. Eu nunca fui livre na minha vida inteira. Por dentro eu sempre me persegui. Eu me tornei intolerável para mim mesma. Vivo numa dualidade dilacerante. Eu tenho uma aparente liberdade mas estou presa dentro de mim.” (Também da Clarice)<br />
<br />
“que límpido ordenado, que precisões hein? liberdade pra quê? liberdade têm os outros de te montar em cima, de te arrancarem o naco de carne da boca, tens medo de que te tirem o quê se não tens nada?” (Hilda Hilst)<br />
<br />
Tanta liberdade dita por aí e ela aqui, parada, buscando alguma que valesse apena ser compartilhada.<br />
Porque é necessário fazer valer apena, é preciso ter força pra enfrentar o exercito oculto.<br />
Ela não encontrou as armas, sentiu-se responsável pelo que não encontrou.Projeto Exiliushttp://www.blogger.com/profile/14355296495096595314noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2411070810916458739.post-78027168757189036702012-07-08T09:17:00.001-07:002012-07-08T09:48:47.702-07:00Exilada em si mesma<span style="background-color: white; text-align: justify;">De repente, ela deixou
de se reconhecer...</span><br />
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
De repente, ela deixou de se reconhecer...<br />
Transbordar já não
bastava mais.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Mas, ela não aprendeu a falar sobre, sempre esbarra nas palavras, nas ações, ela pode até pensar certo, mas não a ensinaram a agir certo. </div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Dentro do peito uma dor
não reconhecida. </div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Disseram que ela tinha crise capital, ela se viu
dentro do sistema e sem chance de mudar ou refazer as relações já
estabelecidas na sociedade do consumo e do poder: É preciso ter
poder para ser... Um poder que pra ser, precisa oprimir o outro,
condenar alguém, encontrar um culpado para tudo o que está errado.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
E hoje, parece que tudo
está errado.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Acordou azeda,
desencontrada, sem brilho, buscando nos outros um alivio que nunca
vem, que não chega, por que o problema não está no outro, está em
si, está no todo.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Pânico de gente, você
já teve pânico de gente? E pânico de si mesma, de tudo o que não
consegue e não conseguiu fazer?
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
O mundo acabando, Rio +
20 que se foi, nada muda, as coisas não mudam nem no pequeno, as
cobranças continuam as mesmas, as dores as mesma, a guerra não
declarada contra alguém.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Alguém precisa ser
punido pela cobrança que outro alguém recebe, transfiro a dor...</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Na linha de frente das
batalhas invisíveis.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Na batalha contra o
próprio medo.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Na batalha de dores
desconhecidas, de repente se arrepende de tudo, de todas as falsas
ações feitas até hoje.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Ela perdeu seu maior
receptor, ela não soube lidar com o vazio.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Ela não soube lidar
com a fantasia do desconhecido.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Ela tentou fugir de
diversas formas, ela errou a maior parte do tempo, não conseguiu se
colocar.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Buscou novas formas,
essas formas não preencheram o vazio.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Hoje, ela vai
chorar....</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
“chora sem dar por
isso”</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Ela vai escrever um
texto, mesmo que breve, até o retorno da viagem, todos os dias,
compromisso com a causa assumida.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Ela está com medo, mas
não quer ser tomada por ele, pelo menos não agora, não de novo.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Entre fatos reais e
imaginação, ela segue escrevendo.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Leva “Jorge” no
peito, pra ver se espanta a dor que não passa.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Todo mundo corre, tudo
corre, tudo apavora, ela se apavora.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>Projeto Exiliushttp://www.blogger.com/profile/14355296495096595314noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2411070810916458739.post-5703076194941795422012-05-18T06:33:00.000-07:002012-05-18T06:33:09.755-07:00Comunicato urgente - enviado pela Associação Jaima Saharaui<div style="text-align: justify;">
Il Fronte Polisario e il governo della Repubblica saharawi giudicano infondata e arbitraria la decisione del Regno del Marocco di ritirare la fiducia all'inviato personale del segretario generale dell'ONU, Christopher Ross, nel prosieguo della missione a lui affidata dal Segretario generale e dal Consiglio di Sicurezza per cercare una soluzione giusta e duratura al conflitto del Sahara Occidentale, garantento il diritto del popolo saharawi all'autodeterminazione. </div>
<div style="text-align: justify;">
Questa decisione, tanto grave quanto ingiustificata, è una nuova sfida intollerabile e inammissibile del Marocco alla Comunità Internazionale, al Segretario generale e al Consiglio di Sicurezza, che, nella risoluzione 2044 del 24 aprile 2012, ha considerato lo status quo inaccettabile a ha "riaffermato il suo appoggio all'inviato personale del Segretario generale per il Sahara Occidentale, Christopher Ross, e all'azione che egli porta avanti per facilitare le negoziazioni fra le parti". </div>
<div style="text-align: justify;">
Agendo in questo modo, il Marocco vuole arrogarsi senza vergogna il diritto di dettare al Segretario Generale il contenuto dei suoi rapporti al Consiglio di Sicurezza e decidere la condotta che dovrebbe seguire il suo inviato personale per il Sahara Occidentale.
Come vuole, allo stesso modo, fare di tutto per ridurre a zero la credibilità e la neutralità operativa della MINURSO, dichiarata nell'ultimo rapporto del Segretario generale, bloccare il processo di pace e continuare a violare impunemente i diritti umani nei territori saharawi occupati.
Il Fronte Polisario e il governo della RASD, rinnovando la volontà delle autorità saharawi a confermare il loro sostegno e la loro cooperazione leale con gli sforzi del Segretario generale e del suo inviato personale, Christopher Ross, per portare a termine il processo di decolonizzazione del Sahara occidentale, lanciano un appello pressante al Consiglio di Sicurezza perché prenda le misure e le decisioni necessarie al fine di salvaguardare e proteggere l'autorità delle Nazioni Unite e la credibilità della sua azione di pace nel Sahara Occidentale, dalle derive e conseguenze della strategia di fuga perseguita dal Marocco. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Bir Lahlou, 17 mai 2012</div>Projeto Exiliushttp://www.blogger.com/profile/14355296495096595314noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2411070810916458739.post-30637224975532358082012-05-07T18:58:00.001-07:002012-05-07T18:58:10.918-07:00Relendo o Eduardo Galeano<div style="text-align: justify;">
“Nada se fala do Muro do Marrocos, que há 20 anos perpetua a ocupação marroquina do Saara ocidental. Este muro, minado de ponta a ponta e de ponta a ponta vigiado por milhares de soldados, mede 60 vezes mais do que o Muro de Berlim. (...) Por que será que os olhos se negam a ver o que está diante deles? Será por serem os saarauis uma moeda de troca, oferecida por empresas e países que compram do Marrocos o que o Marrocos vende, embora não seja seu? Há dois anos, Javier Corcuera entrevistou, em um hospital de Bagdá, uma vítima dos bombardeios contra o Iraque. Uma bomba havia destroçado um de seus braços. E ela, que tinha oito anos de idade e havia sofrido 11 cirurgias, disse: "Tomara não tivéssemos petróleo".Talvez o povo do Saara seja culpado porque em seu longo litoral reside o maior tesouro pesqueiro do Oceano Atlântico e porque sob a imensidade de areia, que parece tão vazia, exista a maior reserva mundial de fosfatos e, talvez, também de petróleo, gás e urânio.No Alcorão poderia estar escrito, embora não esteja, esta profecia: as riquezas naturais serão a maldição das pessoas.”</div>Projeto Exiliushttp://www.blogger.com/profile/14355296495096595314noreply@blogger.com0